Engenheiros e pilotos batem cabeça e rádio rouba a cena no GP em Baku

As restrições ao uso do rádio durante as corridas da Fórmula 1 geraram alguns dos momentos mais tensos - e também mais hilários - do GP da Europa. Lewis Hamilton e Kimi Raikkonen tiveram dificuldades em entender as mensagens que estavam recebendo em seus paineis e tentaram pressionar seus engenheiros para que lhe dessem pistas do que poderiam fazer dentro do carro. Mas não tiveram sucesso.

“Não sei do que você está falando!”, berrou Hamilton ao engenheiro, que tentava usar todas as brechas do regulamento para ajudá-lo a reverter uma configuração que apontava o uso errado de um mapeamento de motor. O tricampeão via uma mensagem de erro em sua tela, mas não sabia o que fazer e sentia que perdia potência nas retas.

“Não é nada errado com o que você está fazendo, Lewis. É apenas uma configuração diferente”, dizia o engenheiro. Após a prova, a Mercedes explicou que se tratava de um erro da própria equipe, ainda que Niki Lauda tenha dito que o mesmo ocorreu com Nico Rosberg, mas o alemão “mudou a configuração mais rapidamente”. Hamilton disse que o carro voltou ao normal “sozinho”.

Sinais ‘estranhos’ no painel também incomodaram Kimi Raikkonen. O finlandês começou a ver luzes de alerta piscando e perguntou ao engenheiro se “é o mesmo problema da última corrida”, quando teve uma falha no sistema de recuperação de energia cinética. O piloto não ficou contente com a resposta de “não posso dizer, Kimi” do profissional da Ferrari. E retrucou: “Com certeza você pode dizer apenas sim ou não”.

A restrição das informações que podem ser passadas pelo rádio é uma forma que a FIA encontrou nesta temporada de se certificar de que a regra que diz que “o piloto deve pilotar o carro sozinho e sem ajudas” seja efetivamente cumprida. Porém, vários criticam a medida, pois ela deixaria nas mãos dos profissionais decisões estritamente técnicas, devido à complexidade dos carros atuais.