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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Coutinho: Todas as fases táticas da carreira de Neymar

Colunista do UOL

05/02/2022 04h00

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O melhor jogador brasileiro da atualidade completa 30 anos neste sábado, e traçar uma linha do tempo das funções que fez ao longo das 14 temporadas como profissional nos leva a uma conclusão. O camisa 10 da Seleção tem grande facilidade em cumprir diferentes missões na parte ofensiva e está cada vez mais perto do gol.

Neymar se profissionalizou em 2009, com apenas 17 anos, estreou em 12 de março daquele ano, diante do Oeste, pelo Campeonato Paulista. Dois jogos depois, já era titular do time do técnico Vagner Mancini. Chegou a ficar no banco em outras partidas daquela temporada, mas iniciou 27 dos 53 jogos em que entrou em campo.

A ponta-esquerda sempre foi a posição predileta desde a base. Jogou algumas vezes centralizado no ataque, ao lado de um companheiro, mas em uma ou outra função, a liberdade de movimentação era a realidade. O protagonismo técnico que teve precocemente no Santos sempre esteve aliado a esta condição.

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Neymar voltou a treinar parcialmente como elenco do PSG
Imagem: Reprodução

A mesma permissividade para flutuar da esquerda para o meio esteve presente a partir do momento que teve sequência na Seleção Brasileira. Jogou desta forma em toda a preparação para a Copa do Mundo de 2014 e no próprio Mundial.

Neymar é um jogador extremamente inventivo. Com a bola nos pés encontra soluções com dribles, tabelas rápidas, conduções em velocidade e passes em profundidade. Finaliza muito bem de média distância e possui capacidade de movimentação para atacar a área e se colocar de forma eficaz diante do goleiro. Ter tal liberdade aflora essas valências, mas nem sempre foi assim.

Quando chegou ao Barcelona, em 2013, passou a jogar mais fixo do lado esquerdo. Sempre dando amplitude ao time pelo setor, basicamente grudado na linha lateral, respeitando o jogo de posição da equipe de Guardiola.

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Como mais jogou no Barcelona, como um ponta ''posicional'' pela esquerda
Imagem: Rodrigo Coutinho

Ali entendeu muito sobre ocupação de espaços e movimentos mais efetivos. Se beneficiou dos recuos de Messi como ''falso 9'' para entrar em diagonal na direção da meta. Chegou a ser escalado como atacante mais avançado ou como ponta-direita em alguns momentos, mas sempre obedecendo a um posicionamento mais rígido no setor.

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Atacando a profundidade em diagonal, beneficiado pelos movimentos de Messi como ''falso 9''
Imagem: Rodrigo Coutinho

Depois da Copa de 14, ainda mais protagonista na Seleção, foi escalado por Dunga como um ''falso 9'' em diversas ocasiões. Neste momento tinha liberdade para flutuar por toda a intermediária. Era uma forma de mantê-lo sempre perto da bola.

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Jogando na Seleção como ''Falso 9'' com Dunga, saindo de uma posição mais adiantada e circulando na intermediária
Imagem: Rodrigo Coutinho

Nas Olimpíadas do Rio, em 2016, formou dupla de ataque com Luan. Dois jogadores que naquele momento desempenhavam a função de ''falso 9'' em outras equipes, e funcionaram bem entre ocupar as costas dos volantes adversários e atacar a profundidade.

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Como dupla de ataque com Luan na seleção olímpica de 2016
Imagem: Rodrigo Coutinho

Já com Tite, na Seleção, voltou a atuar mais aberto pela esquerda num primeiro momento, repetindo a liberdade para transitar por outros setores, e viveu o seu melhor momento com a ''amarelinha''. A mesma função foi cumprida assim que chegou ao PSG, em agosto de 2017.

Com o tempo passou a ter cada vez menos obrigações defensivas também. Se partisse de um dos lados em fase ofensiva, quando sua equipe era atacada, voltava por dentro, deixando a missão de fechar o lado ou seguir o lateral-direito adversário para um companheiro.

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Na Copa de 2018, jogava como ponta quando o time tinha a bola, mas sem ela recompunha por dentro
Imagem: Rodrigo Coutinho

A partir da sua segunda temporada no PSG, começou a atuar como um meia-central, por trás do atacante principal. Novamente a proposta de tê-lo sempre em contato com a bola e perto das jogadas retornava. Desde então vinha sempre variando entre a meia-central e o ataque ao lado de um companheiro até a chegada de Messi

Com o argentino no time de Paris, o brasileiro voltou ao lado esquerdo, na função que mais que fez na carreira, flutuando para o meio, e segue com pouca responsabilidade defensiva.

De ponta fixo no setor esquerdo à ''falso 9'', Neymar já fez mais de cinco funções diferentes na carreira. Em todas mostrou qualidade para fazer a diferença para suas equipes, e isso precisa sempre estar bem claro quando o assunto é ele. Independente de qualquer coisa fora do campo de jogo, ele é o craque desta geração!