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Projeto amplia de 50 para 400 famílias auxiliadas com alimentos na pandemia

Alimento para Todos tem três tipos de cestas, que atendem a tamanhos diferentes de famílias - Arquivo pessoal
Alimento para Todos tem três tipos de cestas, que atendem a tamanhos diferentes de famílias Imagem: Arquivo pessoal

Ed Rodrigues

Colaboração para Ecoa, no Recife

08/04/2022 06h00

Combater a fome é o principal objetivo de um grupo de amigos da cidade de Campinas, no interior em São Paulo. Um trabalho que eles já realizavam desde 2014 precisou se reinventar e crescer para poder ajudar a enorme quantidade de pessoas que foram colocadas em situação de vulnerabilidade por causa da pandemia da covid-19.

O projeto Alimento para Todos, que dava assistência a 50 famílias, hoje chega a 400 famílias que tiveram sua situação de vulnerabilidade agravada pela crise sanitária. Foram mais de três mil solicitações de auxílio nos primeiros três meses de pandemia.

O crescimento da população em situação de fome ou insegurança alimentar em Campinas tirou o sono do economista Felipe de Oliveira, presidente e fundador do projeto. A Ecoa, ele conta que a ideia era ajudar as pessoas de forma regular. Ele considera que ações sazonais são bem-vindas, mas alerta que existem necessidades contínuas e urgentes.

As histórias que colheram nas primeiras visitas, que ocorrem de forma individualizada, foram inspirando o grupo a continuar o trabalho, a melhorar a condução das doações e a estimular mais gente a contribuir com a causa.

"Identificamos o quanto nossa cesta poderia fazer a diferença na vida dessas pessoas, Mas não só isso, também vimos a importância de incluirmos outros itens fundamentais e básicos nela a partir dessas visitas. Itens como leite, sabonete e pasta de dente", contou o economista.

Cestas básicas personalizadas

Alimento para todos - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Em cada visita, as equipes aproveitam para conhecer a realidade das famílias e identificar formas de ajudar
Imagem: Arquivo pessoal

O trabalho, aponta Felipe, é voltado para atendimento emergencial com cestas básicas de alimentos não perecíveis. No entanto, o acolhimento dessas famílias, com atenção às suas demandas específicas, também ocupa lugar de importância. Em cada visita, as equipes aproveitam para conhecer a realidade dessas pessoas e identificar os caminhos que podem auxiliá-las a saírem daquela situação.

"Nosso projeto já atendeu aproximadamente nove mil famílias, ou cerca de 40 mil pessoas. São 150 toneladas de alimentos arrecadados e distribuídos", disse ele.

Atualmente, o Alimento para Todos trabalha com três tipos de cestas, que atendem tamanhos diferentes de famílias: cesta para uma a duas pessoas; três a seis pessoas; e para sete ou mais pessoas.

São kits organizados e entregues pelos 60 voluntários ativos, que se revezam nas visitas, mas também na atuação de alguns departamentos dentro do projeto. O trabalho não possui apoio governamental ou empresarial, portanto, todos os recursos são de pessoas físicas.

"Existem dezenas de pessoas que contribuem com o projeto por meio de doações de cestas básicas ou apenas 1 kg de determinado item. Mas também muitas contribuem com doações pela nossa conta bancária", disse.

O economista ressalta que o sentimento de ajudar é um grande combustível, mas não o único. Segundo ele, há uma satisfação pessoal, um sentimento de gratidão por poder levar um alívio às pessoas que têm fome.

"Nesse trabalho não deve existir vaidade, muito pelo contrário, a relação que tentamos ter com as famílias é de verdade, é de igualdade e tentar promover a estabilidade em vários os sentidos", diz.

Você pode ter informações sobre as ações pelo perfil do projeto no Instagram. Doações em dinheiro podem ser feitas por pix: 19993203000 (chave-celular).