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Ghosn deixou casa sozinho e fugiu em voo sem registros, diz jornal

Ghosn teria viajado 500 km até Osaka antes de deixar Japão - Antonio Lacerda/EFE
Ghosn teria viajado 500 km até Osaka antes de deixar Japão
Imagem: Antonio Lacerda/EFE

Do UOL, em São Paulo (SP)

03/01/2020 11h30

Resumo da notícia

  • Imagens de vigilância mostram que executivo deixou residência sozinho
  • Ghosn teria viajado até Osaka antes de voar com destino à Turquia
  • Funcionário de empresa de táxi aéreo teria apagado registros de Ghosn nos voos

Carlos Ghosn teria deixado sua casa em Tóquio por conta própria e utilizado um jato particular sem o consentimento da empresa de táxi aéreo para chegar ao Líbano.

As novas informações sobre a fuga do ex-CEO da aliança Renault-Nissan foram divulgadas pelo jornal "The New York Times". A publicação afirma que, apesar das revelações, as autoridades de Japão e Turquia ainda parecem investigar como Ghosn conseguiu escapar sem ser notado.

A MNG Jet, empresa de táxi aéreo com sede na Turquia, afirmou que um de seus empregados falsificou documentos para apagar o nome de Ghosn dos registros de dois voos. O funcionário, que não teve sua identidade revelada, teria confessado que agiu sozinho e sem o consentimento de seus chefes.

A imprensa turca afirmou que Ghosn deixou o Japão em uma aeronave partindo de Osaka e pousou no Aeroporto de Ataturk, em Istambul. Lá, ele teria trocado de aeronave e concluiu sua viagem até Beirute. De acordo com a empresa, não há registros de ligação entre os voos.

As informações coincidem com os registros de um voo operado pela MNG Jet que deixou Osaka após às 23h de domingo (no horário local) e pousou em Istambul por volta de 12 horas depois. Os dados estão disponíveis no serviço de rastreamento de voos FlightAware.

Mistério (ainda) sem resposta

Ainda não se sabe como Ghosn teria driblado a vigilância pesada realizada em sua casa em Tóquio para se deslocar até Osaka, que fica a aproximadamente 500 quilômetros da capital japonesa.

Entretanto, a imprensa japonesa disse que câmeras registraram Ghosn deixando a residência sozinho no domingo. A emissora de televisão NHK e o jornal "Nikkei Shimbun" afirmam que as autoridades investigam se o executivo teria se encontrado com um grupo de pessoas que viabilizou sua fuga para o Líbano.

Várias teorias começam a surgir sobre o assunto. Uma emissora de televisão do Líbano disse que Ghosn teria se escondido em uma caixa de instrumento musical para sair da residência sem ser notado pelos policiais.

Autoridades libanesas afirmam que o executivo teria entrado no país de forma legal apresentando um passaporte francês - algo que causou estranheza, uma vez que Ghosn teria concordado em entregar três passaportes à justiça japonesa. Ele possui cidadanias francesa, libanesa e brasileira.

Enquanto isso, as autoridades do Japão se calam sobre o assunto. A fuga, que teria sido arquitetada exclusivamente por Ghosn, parece ter sido cuidadosamente pensada para acontecer na semana do Ano Novo, um dos feriados mais importantes do país. O ex-presidente de Renault e Nissan está sendo procurado pela Interpol.