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Câmeras mostram que Ghosn saiu sozinho de sua casa em Tóquio

Carlos Ghosn deixa casa de detenção em Tóquio após pagar fiança de R$ 17,8 milhões, em abril de 2019 - Behrouz MEHRI/AFP
Carlos Ghosn deixa casa de detenção em Tóquio após pagar fiança de R$ 17,8 milhões, em abril de 2019 Imagem: Behrouz MEHRI/AFP

03/01/2020 07h44

As imagens das câmeras de segurança mostram que o executivo Carlos Ghosn saiu sozinho no domingo passado de sua residência em Tóquio, segundo fontes próximas à investigação citadas pelo canal público japonês NHK, mas os detalhes da fuga para o Líbano ainda não foram esclarecidos.

As imagens, de domingo por volta das 12h00 (0H00 de Brasília), foram as últimas do ex-CEO da Renault e Nissan captadas por uma câmera instalada perto da entrada de sua casa para vigiar seus deslocamentos, de acordo com a NHK.

Ninguém suspeito aparece ao lado de Ghosn nas imagens. A polícia japonesa suspeita que ele se reuniu com alguém para embarcar em um voo.

Ghosn afirmou ontem que organizou sozinho a viagem para o Líbano, sem explicar os detalhes da fuga.

Um amigo libanês de Ghosn afirmou à agência japonesa Kyodo News que ele conseguiu escapar dentro de uma caixa de instrumentos musicais após um concerto em sua casa, com a ajuda de dois agentes de empresas de segurança privadas que se fizeram passar por músicos. Outra fonte próxima ao empresário, no entanto, negou a informação.

De acordo com a imprensa japonesa, os investigadores suspeitam que ele embarcou em um avião privado no aeroporto internacional de Kansai (oeste do Japão) no domingo 29 de dezembro à noite. Depois, em Istambul, utilizou outro avião que seguiu para Beirute.

Os investigadores japoneses fizeram uma operação de busca e apreensão na casa de Ghosn em Tóquio ontem. Sete pessoas, incluindo quatro pilotos, foram detidas na Turquia suspeitas de ajudar na fuga.

A Procuradoria Geral libanesa recebeu ontem um "alerta vermelho" da Interpol. O aviso de busca internacional é emitido a pedido dos países membros. No entanto, não há acordo de extradição entre Líbano e Japão.

Ghosn, de 65 anos e que tem nacionalidade francesa, libanesa e brasileira, foi detido em novembro de 2018 no Japão e acusado de supostas fraudes financeiras. Depois de passar 130 dias na prisão, ele foi liberado após o pagamento de fiança no fim de abril, sob estritas condições, e proibido de sair do país à espera do julgamento.