Panorama e Marajó reforçavam time das peruas compactas 40 anos atrás
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
(SÃO PAULO) - O Gol não é o único clássico nacional que acaba de chegar aos 40 anos - Fiat Panorama e Chevrolet Marajó também estreavam em 1980, renovando um segmento que começara em 1956 com a DKW Universal e fora dominado por Volkswagen Variant e Ford Belina na década de 1970.
A Panorama chegou primeiro, em abril. Derivada do 147 e desenvolvida para o mercado brasileiro - o que é algo importante de se lembrar, considerando que a Fiat estava aqui há apenas quatro anos -, tinha no porta-malas de 669 litros (ou 730 litros até o teto, segundo o fabricante; com o encosto traseiro rebatido, eram 1.440 litros) seu grande apelo. Até um ressalto no teto de função estrutural, da coluna B para trás, servia para ampliar ao máximo a capacidade para bagagens.
Contudo, não era melhor do que o hatch no bom espaço para os ocupantes, pois o entre-eixos se mantinha nos 2,22 metros. No comprimento, era 18 centímetros mais longa - e ainda assim era compacta, com 3,91 m de comprimento. Do ponto de vista mecânico, era diferente apenas na suspensão traseira reforçada e com nova geometria e nos 25 kg a mais, somando 835 kg.
Pedra no sapato do 147, o câmbio manual de quatro marchas já estreava na perua com nova lubrificação dos carretéis, que pretendia suavidade nos engates.
Não era, como o 147, disponível com motor de 1 litro. Apenas o 1.3 de 61 cv e 9,9 kgfm de torque era oferecido, por razões óbvias. Três meses depois do seu lançamento, chegava no mercado a versão a álcool (62 cv e 11,5 kgfm de torque), que representava 25% da produção. E, como no hatch, a suspensão independente nas quatro rodas era uma incomum virtude naqueles tempos.
Em 1983, a conhecida frente da série Europa foi substituída pelo conjunto do Spazio (o 147 reestilizado). Isolamento acústico reforçado e câmbio de cinco marchas acompanhavam a mudança estética.
Foram as últimas intervenções na Panorama, que em 1986 se aposentou para que a Elba, baseada no Uno, assumisse seu lugar.
Mais para o final do ano, já como linha 1981, apareceu a Marajó, derivada do Chevette, lançado sete anos antes. E como a rival da Fiat, teve vida curta, sem muitas emoções.
Pouco maior que a Panorama - 4,2 m de comprimento, 1,57 m de largura e 2,39 m de entre-eixos, contra 3,91/1,54/2,22 m, respectivamente -, a Marajó levava menos bagagem: 469 litros com o encosto do banco traseiro em posição normal, ou 1.282 com ele rebatido.
Sob o capô, um motor 1.4 de 68 cv e 9,8 kgfm de torque acoplado a um câmbio de quatro marchas. Como na rival, a suspensão traseira era reforçada em relação à do sedã. Mas apenas a da Panorama era independente. Um 1.6 de 80 cv estreou em 1981.
Uma reestilização foi aplicada à perua em 1983, acompanhada por motor a álcool e quinta marcha. Outra, menos acentuada, viria em 1987, já no fim da vida. O interior deu uma refinada, mas ainda era despojado. Seu último ano foi 1989, quando a maior, mais moderna e potente Ipanema foi lançada.
Em um comparativo de maio de 1982, a revista Quatro Rodas emparelhou Panorama CL, Marajó SL, Belina LDO e Caravan Comodoro e concluiu: "a Belina e a Panorama têm tração dianteira, a Caravan e a Marajó obedecem ao esquema tradicional, com motor dianteiro e tração traseira. A Panorama e a Marajó são mais econômicas, e a Caravan a que mais consome. A escolha entre elas, portanto, deve depender basicamente da relação entre o preço e o uso que se pretende para o veículo escolhido".
Notem: o "esquema tradicional" da época era tração traseira, praticamente extinta atualmente entre os carros de passeio nacionais.
Nos testes da revista, a Panorama registrou consumo médio de 8,2 km/l na cidade e 15,02 km/l na estrada, enquanto a Marajó conseguiu 9,3 km/l e 13,3 km/l, respectivamente.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.