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Chinesa GWM negocia para nacionalizar peças de carros híbridos e elétricos

SUV hibrido GWM Haval H6 GT será um dos primeiros lançamentos da Great Wall Motor no Brasil  - Vitor Matsubara/UOL
SUV hibrido GWM Haval H6 GT será um dos primeiros lançamentos da Great Wall Motor no Brasil Imagem: Vitor Matsubara/UOL

Colunista do UOL

24/02/2023 04h00

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A GWM (Great Wall Motor), montadora chinesa que está prestes a vender automóveis no Brasil, busca parceiras interessadas em produzir semicondutores, baterias e outros eletrônicos para seus modelos híbridos e elétricos produzidos aqui

A empresa negocia com potenciais fornecedores no país capazes de atender ao início da sua produção, prevista para o segundo semestre de 2024.

Mas a companha não está atrás de fornecedores tradicionais de componentes já existentes nas prateleiras dos sistemistas nacionais. A ideia é encontrar quem possa começar a produzir itens eletrônicos mais complexos.

"Queremos fornecedores de partes eletrônicas complexas que já estejam operando no Brasil", explica o diretor Ricardo Bastos.

"Podemos trazer nossos parceiros tradicionais da China, mas, antes disso, precisamos encontrar quem está aqui e tem interesse em produzir diversos desses componentes".

O primeiro passo de Bastos, que há pouco assumiu a diretoria de relações institucionais governamentais e a missão de construir pontes com a indústria nacional, foi em direção ao Sindipeças, onde reuniu empresas interessadas em conhecer os planos da GWM.

Neste primeiro momento, estão descartados fornecedores tradicionais de itens mais comuns como freios, suspensão, eixos, peças plásticas ou correlatas.

"Queremos desenvolver fornecedores de semicondutores, baterias, eletrônicos complexos, esses itens mais nobres."

A ideia não é apenas encontrar parceiros para atender à demanda da GWM, que será de até 100 mil unidades ao ano - muito pouco para investimento em produção nacional de semicondutores, por exemplo:

"Acreditamos que seria possível a esse fornecedor atender inclusive à demanda de outros fabricantes nacionais, tornando viável investimentos para a produção de itens de alta tecnologia em grande escala".

A próxima rodada de conversas da GWM com representantes do Sindipeças ocorrerá em março.

Nesse momento ficará mais claro quais empresas terão interesse de seguir negociando com a fabricante com sede na China. A partir daí as conversas serão apenas com as partes interessadas no projeto.

Pelo andar da carruagem e considerando o cronograma para o início da produção nacional da GWM em Iracemápolis (SP), essas conversas serão aceleradas:

"O Brasil é a prioridade da GWM no momento, pois temos um projeto ambicioso de produção nacional. Por isso, também é necessário dar o sinal verde para as empresas chinesas que desejam estar conosco neste projeto".

Ainda não está claro se fornecedores chineses eventualmente viriam para o Brasil ou enviariam seus produtos para o início da produção nacional. Em realidade, as duas possibilidades estão na mesa de negociação neste momento.

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