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Sem Frescura: o que a ansiedade causa no corpo? Ela pode provocar doenças?

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Gabriela Ingrid

Do VivaBem, em São Paulo

09/11/2020 04h00

Você se considera uma pessoa ansiosa? Não estou falando daquela sensação de apreensão que surge quando a gente está prestes a ter um primeiro encontro com alguém, mas sim daquele sentimento que envolve um misto de preocupação, nervosismo e medo.

Ela pode partir de uma reação normal de defesa do corpo diante de alguma situação de ameaça. Mas também pode ocorrer de forma espontânea e sem explicação, muitas vezes em decorrência de traumas e outros distúrbios psíquicos, como depressão.

Neste último caso, há vários níveis de manifestações, que podem resultar em sintomas leves ou mais incômodos, como falta de ar, aumento da frequência cardíaca e sensação de sufocamento.

Boa parte da "culpa" por isso vem de uma descarga fora de hora e exagerada de adrenalina e cortisol, que deixa o coração acelerado e o corpo em estado de alerta extremo.

Com o passar do tempo, o estresse provocado pela ansiedade faz o sistema imune deixar de produzir substâncias e células que defendem nosso organismo. E a defesa aqui é desde contra invasores até contra doenças como câncer.

Além de baixar nossas defesas, o excesso de cortisol também propicia o aumento dos níveis de inflamação. Isso causa envelhecimento precoce e também aumenta o risco de desenvolver doenças crônicas que podem afetar diretamente a qualidade de vida.

Em excesso, esse hormônio também tende a agravar casos de osteoporose, causar e agravar quadros de insônia e depressão e também afetar áreas do cérebro ligadas à memória.

O sistema digestivo também é afetado, já que o cortisol aumenta a liberação de ácido estomacal e também aumenta a produção de insulina. Como resultado, temos gastrites, úlceras, cólon irritável, náuseas, alergias a alimentos, prisão de ventre, redução de absorção de nutrientes e diabetes.

Achou que coração e pulmões iam passar ilesos? Nada disso: o aumento crônico dos níveis desses hormônios propicia quadros de hipertensão, aumentando a chance de infarto e insuficiência cardíaca. Já nos pulmões, doenças de base inflamatórias são pioradas, como asma, bronquite e doenças obstrutivas crônicas.

Por fim, a ansiedade também pode se manifestar na pele, por meio de acnes, psoríases e dermatites.

Para evitar tudo isso, não tem jeito: o melhor a se fazer é procurar especialistas. O tratamento pode incluir medicamentos, sessões de psicoterapia ou uma combinação de ambos.

Tratar a ansiedade também envolve mudanças de hábitos e, neste caso, manter uma rotina de exercícios físicos e uma boa alimentação também tendem a ajudar.

Roteiro: Rodrigo Lara. Fontes: Marcia Ruas, psicóloga do Fleury Medicina e Saúde; Francisco Fialho Durante, psicólogo da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo; Adriano Segal, psiquiatra do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Luiz Scocca, psiquiatra pelo Hospital das Clínicas da USP, membro da APA (Associação Americana de Psiquiatria).