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Animais de estimação podem proteger o cérebro de idosos que vivem sozinhos

Imagem: Getty Images/iStockphoto

Camilla Freitas

Do VivaBem

28/12/2023 14h51

Ter animais de estimação pode ajudar a diminuir casos de demência entre os mais velhos —pelo menos é o que diz um estudo chinês publicado no periódico JAMA no dia 26 de dezembro.

Envolvendo 7.945 participantes com 50 anos ou mais, a pesquisa revelou uma associação significativa entre a posse de animais de estimação e taxas mais lentas de declínio na memória verbal e na fluência verbal, especialmente entre aqueles que vivem sozinhos.

O estudo, liderado por Yanzhi Li, da Universidade Sun Yat-sen, na China, destaca a importância dos animais de estimação na preservação da saúde cognitiva em idosos.

De acordo com os resultados, a posse de animais de estimação compensa a associação entre viver sozinho e o risco de demência. O pesquisador Li destaca que essa redução da solidão é benéfica para o cérebro e contribui para a desaceleração da taxa de declínio cognitivo.

Nossos resultados mostraram que os donos de animais de estimação eram menos propensos a ficar socialmente isolados do que os que não eram donos de animais de estimação, o que é bom para o cérebro e reduz a taxa de declínio cognitivo. Yanzhi Li, que liderou o estudo da Universidade Sun Yat-sen

Como os animais podem ajudar

Ao comentar sobre os benefícios específicos para os donos de cães, por exemplo, o chefe da pesquisa menciona que o exercício físico associado às caminhadas e a melhoria na qualidade do sono podem influenciar positivamente a função cognitiva.

No entanto, ele ressalta que qualquer tipo de animal de estimação pode ser calmante, relaxante e capaz de aliviar o estresse e a ansiedade.

Com o número global de pessoas com demência estimado para aumentar significativamente nas próximas décadas, a pesquisa destaca a importância de considerar a posse de animais de estimação como uma estratégia potencial para mitigar os impactos do declínio cognitivo, especialmente entre os idosos que vivem sozinhos.

É preciso mais pesquisas

O estudo liderado por Li não é o único a tentar entender a relação entre a saúde cognitiva de idosos com o fato de eles terem ou não animais de estimação.

Pesquisas anteriores já apontavam para a relação entre solidão e risco de demência. Só que o estudo chinês vai além, explorando como a posse de animais de estimação pode ser um fator de proteção, particularmente para aqueles que enfrentam o desafio de viver sozinhos.

Contudo, os pesquisadores destacam a necessidade de estudos longitudinais mais abrangentes para entender completamente a associação entre os animais de estimação e o declínio cognitivo global.

Yanzhi Li enfatiza que, até o momento, não está claro se existe uma interação específica entre ter um animal e viver sozinho e até que ponto essa interação atenua a associação entre solidão e declínio cognitivo.

Além disso, o estudo, embora promissor, apresenta algumas limitações, como a avaliação focada apenas na memória verbal e na fluência verbal.

A necessidade de uma análise mais abrangente da função cognitiva é destacada para uma compreensão mais completa dessa relação.

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