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Gravidez precisa ser monitorada até em risco baixo; veja principais exames

Entenda quais exames precisam ser feitos em cada fase da gravidez Imagem: iStock

Eligia Aquino Cesar

Colaboração para VivaBem

10/09/2021 04h00

Cada gravidez é única na vida de uma mulher, independentemente de quantas vezes ela tenha passado por essa experiência. Porém, um fator deveria ser igual para todas as futuras mamães: um pré-natal bem feito, cujo intuito de monitorar a gravidez e tentar evitar intercorrências que possam prejudicar tanto a gestante quanto o feto, seja bem-sucedido.

"Os exames pré-natal têm o objetivo de entender a saúde dessa mulher, avaliar os parâmetros laboratoriais e compreender como está a gestação", resume Rodrigo Buzzini, ginecologista, obstetra e diretor médico do Hospital e Maternidade Pro Matre (SP).

O ideal é que durante a gravidez a paciente faça de oito a 12 consultas, nas quais será realizado um acompanhamento da saúde da mãe e também do feto.

Caso a mãe não esteja com o papanicolau em dia, é possível realizá-lo durante a gestação. O teste é importante para detectar doenças no colo do útero, como inflamações, HPV e câncer.

Entenda abaixo quais são os exames essenciais que toda mulher deve se submeter durante o pré-natal. É importante salientar que as gestações são avaliadas caso a caso e as primeiras consultas indicarão se a mulher deve ser acompanhada por algum serviço de referência por haver risco para ela ou para o feto ou se será conduzida durante a gestação num pré-natal indicado para gravidez de baixo risco.

Primeiro trimestre

Os três primeiros meses serão o período no qual a mulher fará o maior número de exames. Na consulta inicial, assim que a gestação for confirmada ou se a mulher apresentar atraso menstrual, serão solicitados:

  • tipagem sanguínea;
  • coombs indireto;
  • glicemia de jejum;
  • hemograma completo;
  • sumário e cultura de urina; fezes;
  • tireoide (TSH);
  • sorologias, que incluem HIV, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, hepatites B e C;
  • quantitativo do beta HCG.

Durante esse primeiro contato com a paciente, além de questionar se a mulher sabe qual foi a data da última menstruação, o médico deverá perguntar se ela está com a caderneta de vacinação atualizada.

É essencial que as gestantes recebam os imunizantes para: gripe (dose única); hepatite B (três doses); dT, contra difteria e tétano (duas doses); dTpa contra difteria, tétano e coqueluche (dose única); e covid-19 (número de doses varia de acordo com o fabricante). Além disso, será solicitado um ultrassom.

"Caso acreditemos se tratar de uma gestação bem inicial, até a oitava ou décima semana, faremos a primeira ultrassonografia do tipo transvaginal para avaliar a gravidez. O principal objetivo aqui é analisar se é uma gestação única ou múltipla, se está dentro do útero, assim como os sinais de evolução do feto e datar a gravidez corretamente", explica Juliano Naliato, ginecologista e obstetra da DaVita Serviços Médicos.

No segundo mês, além de observar se os exames de sangue feitos anteriormente estão bons, o médico programa a ultrassonografia morfológica do primeiro trimestre. Ela é feita entre a 11ª e a 14ª semana de gestação e vai identificar toda a formação do sistema nervoso central e fechamento do tubo neural do feto, o que inclui apontar alterações como a anencefalia, por exemplo.

É nesse ultrassom também que são calculadas estimativas de risco de malformações genéticas, como a síndrome de Down, síndrome de Edwards e síndrome de Patau. Buzzini destaca que a intenção do exame é avaliar se há o risco do feto nascer com alguma dessas alterações e não cravar o resultado.

"Existe um programa dentro da medicina fetal que estima o risco dessas malformações e ajuda bastante a conduzir e especificar tais condições. Caso o exame aponte que a possibilidade para alguma dessas alterações é alta, é necessário encaminhar a paciente para exames específicos que possam dar um diagnóstico preciso", explica Naliato.

Segundo trimestre

O segundo trimestre costuma ser mais tranquilo para a maioria das mulheres que apresentam gravidez de baixo risco, já que nessa fase enjoos, vômitos, sonolência e outros incômodos considerados normais nos três primeiros meses de gestação diminuem bastante. Além disso, o risco de abortamento espontâneo, que costuma deixar as mães apreensivas, é bem menor nessa nova fase.

Entre a 18ª e a 24ª semana de gestação, é solicitado o ultrassom morfológico do segundo trimestre que mostrará detalhes do feto, tais como a forma; o crescimento de estruturas importantes, como o sistema nervoso central, coração e rins; e a anatomia interna, que inclui a transmissão de sangue na placenta e a quantidade de líquido amniótico. Além disso, nesse exame é possível descobrir o gênero do bebê.

É nesse momento da gravidez que a pressão arterial da gestante passará a ser controlada pelo obstetra periodicamente. Esse cuidado é importante porque mulheres hipertensas apresentam o risco de desenvolver um quadro de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia, complicações que, se não tratadas corretamente, podem levar a um parto prematuro e em casos graves, à morte materna.

Por volta da 24ª semana de gestação, a mãe deverá se submeter a um exame chamado curva glicêmica para diagnóstico de diabetes gestacional e a outro para verificar se ela é portadora de sífilis. Na reta final do segundo trimestre, por meio do ventre materno é feito um ecocardiograma fetal, que avalia exclusivamente e com detalhes a estrutura cardíaca do bebê.

Terceiro trimestre

Com 32 semanas de gravidez, alguns exames feitos no primeiro trimestre devem ser repetidos, tais como HIV, hemograma completo e urina. Caso no início da gestação tenha havido um resultado positivo para a toxoplasmose, o teste deverá ser feito novamente.

Além disso, um novo ultrassom é realizado para avaliar o crescimento do feto, as condições do líquido amniótico e da placenta e também para planejar o parto, que deve acontecer a partir da 37ª semana de gestação.

Pensando no preparo para o dia do nascimento do bebê, quando a gestante tem entre 35 e 37 semanas de gravidez é feito uma pesquisa para estreptococo do grupo B. Essa bactéria é bastante comum no trato reprodutivo e não costuma causar problema à mulher. Porém, se entrar em contato com o bebê na hora do parto, pode causar infecções graves ao feto, como pneumonia ou meningite.

Por meio de um cotonete (swab) é colhido material da vagina e do ânus da mãe para avaliar se existe esse tipo de bactéria ali. "Se der positivo ou se na hora de dar à luz a mãe não tiver feito esse exame, será ministrada uma profilaxia antibiótica na gestante para evitar o risco de contaminação fetal", afirma Naliato.

Buzzini finaliza ressaltando a importância não só do pré-natal, mas também da relação da mulher com o médico que a acompanha durante a gravidez. "Apesar de termos um avanço enorme em exames diagnósticos e incríveis ultrassonografias, o contato do obstetra com as gestantes na consulta, a relação de confiança estabelecida ali faz toda a diferença", conclui.

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