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Covid-19: maior mortalidade de homens é explicada por imunidade, diz estudo

Imagem: FG Trade/iStock

Do VivaBem, em São Paulo

26/08/2020 12h24

Embora homens e mulheres sejam igualmente propensos a contrair o novo coronavírus, indivíduos do sexo masculino têm maior chance de sofrer quadros graves que resultam em morte, de acordo com um estudo publicado na revista científica Frontiers in Public Health. A tendência também foi observada em diversos países, inclusive no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, até junho, cerca de 58% dos óbitos foram de pacientes do sexo masculino.

As razões pelas quais isso acontece ainda não estão claras, mas cientistas já começam a levantar pistas. Uma nova pesquisa divulgada na revista Nature aponta que os homens produzem uma resposta imunológica mais fraca ao vírus do que as mulheres, sugerindo que eles podem depender mais de vacinas para se proteger contra a infecção.sugerem que os homens, especialmente aqueles com mais de 60 anos, podem precisar

Como o estudo foi feito

  • Os pesquisadores analisaram as respostas imunológicas de 17 homens e 22 mulheres que foram internados no hospital logo após serem diagnosticados com covid-19. A equipe coletou sangue, swabs nasofaríngeos, saliva, urina e fezes dos pacientes a cada três a sete dias.
  • A análise excluiu pacientes que precisavam usar ventiladores pulmonares e aqueles que tomam medicamentos que afetam o sistema imunológico para garantir a medição resposta imunológica natural ao vírus.
  • Os cientistas também analisaram dados de 59 homens e mulheres adicionais que não atendiam a esses critérios.
  • Os resultados apontam que os corpos das mulheres produziram mais células chamadas de células T, que podem matar as células infectadas por vírus e impedir a propagação da infecção.
  • Já os homens mostraram uma ativação muito mais fraca das células T, e esse atraso estava relacionado a gravidade do quadro dos pacientes homens. Quanto mais velhos são os indivíduos, mais fracas são as respostas das células T -- uma diferença menos impactante no sexo feminino.

Quadros graves em mulheres também apontam para características específicas

Em comparação com um grupo controle, todos os pacientes analisados tinham níveis elevados de citocinas no sangue, proteínas que estimulam o sistema imunológico a agir. Alguns tipos de citocinas, chamadas interleucina-8 e interleucina-18, estavam elevados em todos os homens, mas apenas em algumas mulheres.

A análise mostra que mulheres que tinham níveis elevados de outras citocinas ficaram mais gravemente doentes. De acordo com os pesquisadores, essas pacientes poderiam ter uma recuperação melhor se recebessem drogas que atenuam as proteínas — indicando um possível caminho de tratamento diferenciado para cada sexo.

Limitações na pesquisa

O estudo é pequeno e a média de idade dos pacientes era maior do que 60 anos, o que dificulta avaliar como a resposta imunológica muda com os anos.

Além disso, a pesquisa também não explica a razão para as diferenças entre homens e mulheres — apenas aponta que elas existem. Como as mulheres já haviam passado da menopausa, em média, é duvidoso que os hormônios esteroides sexuais estejam envolvidos, segundo o grupo responsável pela análise.

Ainda assim, as novas descobertas são interessantes, já que podem indicar caminhos de prevenção e tratamento específicos para homens e mulheres.

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