Coronavírus: estou doente e moro sozinho. Que cuidados tomar?
Gabriela Ingrid
Do VivaBem, em São Paulo
18/03/2020 14h00
O isolamento de infectados que moram sozinhos é mais difícil, até porque, além de doentes, eles são responsáveis por cuidados com alimentação e limpeza.
Felizmente, por não dividir a casa com outras pessoas, ele não precisa ficar apenas em um cômodo. Mas muitas recomendações são as mesmas. A casa, por exemplo, deve ser bem ventilada. Portanto, é bom manter janelas abertas.
A limpeza da casa deve ser feita diariamente, desinfetando tudo que ele possa ter tocado, como maçanetas, torneiras, interruptores, teclados, mesas, cadeiras, vaso sanitário etc.
Invista nestes produtos para higienizar ambientes e matar o coronavírus:
- Água sanitária
- Desinfetantes em geral
- Limpadores multiuso com cloro
- Limpadores multiuso com álcool
- Álcool de limpeza (líquido)
- Detergente
- Sabão
Na hora de jogar o lixo, o infectado deve colocar os resíduos em um saco plástico e lacrá-lo após o uso.
Alimentação
O ideal é que o indivíduo contaminado não saia de casa, portanto pedidos de ajuda caem bem. Familiares, amigos e até vizinhos podem ajudar, fazendo compras. A sacola deve ser deixada em frente à porta. Ao abri-la, o infectado deve manter uma distância de dois metros da outra pessoa e pegar a sacola.
Especialistas ainda dizem que serviços de entrega também podem ser usados, desde que tomadas as medidas necessárias. Pagar com antecedência, pelo próprio aplicativo, evitam contaminação pelo dinheiro. Além disso, a máscara deve ser usada toda vez que o infectado sair da casa ou do apartamento, mesmo que seja para ir até o portão.
A distância de dois metros de entregador também deve ser respeitada.
Recontaminação
Segundo os especialistas ouvidos pelo VivaBem, não há evidência científica suficiente que confirme o risco de o infectado ser recontaminado, ou seja, pegar o vírus novamente após o primeiro contágio.
Os médicos afirmam que, se o indivíduo teve a doença, em duas semanas ele já começa a produzir anticorpos neutralizantes. Mas talvez esse tempo seja até menor.
Segundo o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência para o coronavírus no estado de São Paulo, o período de incubação está se mostrando mais curto. "Vai de 3 a 8 dias. Nós vamos sugerir hoje ao Ministério da Saúde que mude o critério de tempo da quarentena, que diminua de 14 para dez dias", disse.
Fontes: Alexandre Naime Barbosa, infectologista chefe do departamento de infectologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia); Jorge Sampaio, microbiologista do Fleury Medicina e Saúde e Raquel Muarrek, infectologista da Rede D'Or.