Conteúdo publicado há 27 dias

Rio: Estrangeira denuncia que sofreu estupro coletivo em boate na Lapa

Uma estrangeira de 25 anos procurou a polícia para denunciar que sofreu um estupro coletivo em uma casa noturna no centro do Rio de Janeiro.

O que aconteceu

O boletim de ocorrência foi registrado ontem. A violência sexual ocorreu na madrugada do domingo (31), relatou a vítima à Polícia Civil. O crime foi denunciado pela deputada Renata Souza (PSOL-RJ), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj.

Homens esperavam vítima em sala reservada, afirmou mulher à polícia. A vítima foi à boate Portal Club Rio, na Lapa, com uma amiga e entrou em um "dark room" com um homem que conheceu no local. Dentro da sala, ela foi violada por outros homens, informou em depoimento.

Vítima contou que perdeu a consciência. A estrangeira disse à polícia que não sabe se algo foi colocado na bebida dela e não soube precisar quantos homens cometeram a violência.

Funcionários da boate tentaram convencê-la a não denunciar ocorrência, disse vítima. A estrangeira disse que encontrou a amiga após retomar consciência e buscou representantes da casa noturna para narrar o ocorrido. "Funcionários da boate, inclusive seguranças, tentaram dissuadi-la da intenção de ir à delegacia", afirmou a deputada Renata Souza em nota enviada ao UOL.

Universitária tinha acabado de chegar no Brasil. Ela pretendia passar um ano no país para aprender português. Agora, pretende voltar ao país de origem assim que possível, afirmou a deputada. A nacionalidade da vítima foi preservada pela comissão da Alerj e pela polícia.

Autores ainda não foram identificados. Ao UOL, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que as imagens de câmeras de segurança do local são analisadas para tentar identificar os suspeitos do crime.

A boate Portal Club Rio informou que forneceu as imagens para a investigação. "Será provado todo o apoio que prestamos à vítima, juntamente com os dados dos clientes presentes no dia, que tenham colocado o nome na lista ou comprado ingresso antecipadamente. Estamos comprometidos com a busca pela verdade e desejamos que os responsáveis sejam devidamente punidos", disse em nota.

A violência sexual contra a mulher no Brasil

No primeiro semestre de 2020, foram registrados 141 casos de estupro por dia no Brasil. Em todo ano de 2019, o número foi de 181 registros a cada dia, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 58% de todos os casos, a vítima tinha até 13 anos de idade, o que também caracteriza estupro de vulnerável, um outro tipo de violência sexual.

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Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.

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