Cris Vianna: "Sou uma mulher negra e uso meu cabelo como eu quiser"

Cris Vianna marcou presença nesta quarta-feira (17) na inauguração do novo salão de beleza de Marcos Proença, em São Paulo, onde conversou com a Universa.
Logo no começo do bate-papo, a atriz, que atualmente está no ar em “O Tempo Não Para” como Cairu, fez uma crítica aos veículos da mídia que sugerem o fato de sua personagem ser uma “amante” de Dom Sabino, interpretado por Edson Celulari.
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“Ela era escrava do Dom Sabino. Escutei na imprensa que ela era um ‘caso’ dele. Não, ela era escrava. E escravas eram estupradas, obrigadas a fazer sexo com seus patrões. A colocação é equivocada. Vamos falar de realidade! Escravas eram propriedades. As pessoas querem romantizar, a história não é essa”, comentou.
Autoestima
Aos 41 anos de idade, Cris disse que a única diferença que ela vê de hoje para dez anos atrás é o fato das pessoas insistirem em tornar isso um “problema”.
“A diferença entre os 31 e 41? As pessoas vivem me lembrando disso! Para mim é essa a única diferença. Sempre fui vaidosa, gostei de me cuidar. A maturidade vai te ensinando como cuidar cada vez melhor. O que vai bem em você, o que você realmente gosta. Eu tenho ganhado mais liberdade de sentir, ser e estar”, opinou.
Valorização dos cachos
Com a recente valorização dos cachos que bate de frente a discursos racistas, ainda presentes na sociedade, Cris comentou nunca ter tido problema em relação à aceitação deles e revelou apresentar seus fios como seu cartão de entrada.
Ela ainda reforçou o combate a qualquer “obrigação” imposta às mulheres, principalmente as negras quando a questão é a padronização dos fios.
“Já alisei, mas aceito meu cabelo e tenho o direito de usar o que eu quiser. Se eu quiser alisar meu cabelo a partir de hoje e não usar meu crespo, tenho esse direito. Eu sou uma mulher negra posso usar o que eu quiser. Loira, lisa, o que seja. Eu amo meu cabelo crespo (...) Meu trabalho me convida a mudar, então não vejo isso como um problema”, disse.
Maternidade
Por fim, Cris disse que a maternidade não está nos seus planos; pelo menos não em breve.
“Não tenho necessidade em ser mãe agora, não tenho pressa, nada. Se eu tiver pressa posso adotar, eu estou tranquila com esse lugar. Sou tia babona! Apaixonada. Tem muita gente que tem necessidade de engravidar, respeito. Mas isso não me faz sofrer, fico tranquila e em paz nesse lugar”, concluiu.
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