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André Luiz Miranda, de "Malhação", denuncia racismo contra filha de 2 anos

O ator André Luiz Miranda, de "Malhação" - Divulgação/TV Globo
O ator André Luiz Miranda, de "Malhação" Imagem: Divulgação/TV Globo

da Universa, em São Paulo

27/07/2018 10h15

André Luiz Miranda, o Vinícius de "Malhação: Vidas Brasileiras", usou seu perfil no Instagram para fazer um desabafo a respeito de uma situação de racismo enfrentada pela filha, de 2 anos.

Segundo ele, a pequena foi rejeitada por outra criança no parquinho apenas por sua cor de pele e pela textura de seu cabelo. A menina em questão teria admitido a discriminação para o próprio ator.

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"Depois de muito tempo, consegui chegar cedo do trabalho e resolvi descer e brincar com a minha filha de 2 anos no parquinho do prédio. Nos divertimos muito, ficamos horas brincando, até que, em um momento, ela me abandonou porque enxergou uma amiga de mais ou menos 4 anos acompanhada do irmão de 14. Logo notei uma coisa diferente no comportamento dessa criança", comentou André.

"Sempre fugindo da minha filha, sem emitir um som sequer e minha filha querendo muito a atenção dessa amiga. O irmão dessa menina foi jogar bola no campo ao lado e então éramos só nós três nesse parquinho. Minha filha o tempo todo querendo brincar e sempre rejeitada. [Em] um dado momento, uma terceira criança apareceu e logo o comportamento da menina mudou. Abriu um sorrisão, correu para abraçar, chamou para brincar e minha filha [ficou] ali isolada", relembrou.

O ator então decidiu confrontar a garota sobre o motivo para a rejeição.

"Vendo a tristeza da minha filha, me abaixei e perguntei porque ela não queria brincar com a minha filha. Eis que a criança de 4 anos respondeu: 'Pessoas do cabelo assim e, com essa cor, eu não gosto. Eu só brinco com pessoas brancas'. Perguntei se [essa ideia] era da cabeça dela ou se alguém já falou isso para ela. Ela me respondeu que era da cabeça dela".

André então refletiu sobre o impacto da fala da garota — que acredita, sim, ser uma reprodução de padrões antigos vistos na sociedade.

"Nessa hora, a minha perna ficou bamba, um aperto no coração e uma vontade de chorar ouvindo essas palavras saírem da boca de uma criança de 4 anos. O racismo é estrutural e reproduzido pelas crianças de forma assustadora. Mesmo não tendo consciência do conceito de raça, essa criança aprendeu alguns aspectos que estão na nossa sociedade: o cabelo e a cor da pele são características determinantes da diferença racial e isso motiva essas ações", explicou.

Ele, no entanto, reafirmou a importância de se posicionar. "Mas eu não posso fraquejar, isso me deixou mais forte pra poder lutar pelos meus, lutar por ela".