Maçãs são lindas, saborosas e vão bem em vasos; cultive em casa
Macieiras não são fáceis de cultivar e exigem dose extra de paciência e cuidado. E, se você quiser comer maçãs do seu quintal, ainda vai precisar de espaço para duas mudas e esperar entre dois e três anos para que os frutos vinguem, isso se os ramos forem adequadamente conduzidos. Mas, o resultado vale a pena: fruto suculento e fresquinho, direto do pé.
Para enfrentar a saga e ter essa bela árvore perene em casa, comece comprando exemplares em um viveiro idôneo e esqueça as sementes: devido à chamada segregação genética, plantas obtidas a partir de sementes serão diferentes das frutas que as forneceram.
Pertencentes ao gênero Malus, as macieiras mais comercializadas e consumidas são as Malus domestica Borkh. No Brasil são exploradas maciçamente os cultivares Gala e Fuji, que necessitam de frio. A época de plantio depende do tipo de muda: as de raízes nuas devem ser plantadas no período de dormência das plantas, ou seja, no inverno. As comercializadas em sacolas plásticas podem ser plantadas no período das chuvas.
Além disso, você vai precisar de, no mínimo, duas variedades distintas para começar o cultivo. Isso porque a maçã é uma planta alógama, ou seja, para produzir precisa que o pólen seja trazido pelas abelhas de outra variedade polinizadora e também produtora da fruta.
Em vaso dá?
É possível cultivar macieiras em vasos, mas como para outras frutíferas, a restrição do volume de solo terá impactos no tamanho e na qualidade dos frutos. Vasos de no mínimo 80 cm x 80 cm são os mais adequados, pois o sistema radicular da planta precisa de bastante espaço para se desenvolver.
Via de regra, os solos devem ser arejados, férteis, profundos e bem drenados. Nos vasos, vale o truque das camadas: a primeira, de base, composta de argila expandida, seguida de manta geotêxtil, areia e terra.
Adubação e rega
Tanto no jardim como em vasos, a terra pode ser adubada com formulações que forneçam nitrogênio, fósforo e potássio e, também, com compostos orgânicos. A adubação foliar tem resposta mais rápida, mas apenas complementa ou suplementa a adubação feita via solo. Formulações prontas são facilmente encontradas em lojas especializadas.
As regas devem ser diárias nas duas primeiras semanas após o plantio. Depois, dependerão do clima e do grau de umidade do solo. Uma boa maneira de certificar-se sobre a necessidade de água é enfiar o dedo na terra: se ela grudar e estiver úmida, nada de irrigar. O excesso pode apodrecer as raízes.
Poda é essencial
Em fruticultura, a poda é essencial. A de formação distribui melhor os ramos em busca da absorção mais eficaz da luz solar. A de frutificação, realizada no inverno, garante a renovação da ramagem. Em regiões mais quentes, também se faz a poda verde, que consiste na eliminação do excesso de galhos, principalmente no interior da copa. Ela deve ser realizada entre o final de dezembro e o início da segunda quinzena de janeiro.
Além de podada, a macieira precisa ser conduzida: como a árvore tende a crescer verticalmente, o que dificulta a frutificação, o exemplar deve ser conduzido na horizontal, uma das maneiras é arquear os ramos centrais em um ângulo de 90 graus. E se sua macieira está dando muitos frutos, o excesso deve ser retirado para garantir melhor distribuição dos nutrientes para os exemplares que sobrarem. Essa é a garantia de mais doçura.
Pragas e doenças
As macieiras são danificadas por inúmeros agentes biológicos, mas a principal doença é a sarna da macieira (Venturia inaequalis), que deve ser combatida com a utilização de produtos químicos específicos. Para dosar adequadamente, cheque a indicação com engenheiros agrônomos. Em relação às pragas, danos ocasionados por mariposas-orientais (Grapholita molesta), moscas-das-frutas (Anastrepha fraterculus), cochonilhas, pulgões e ácaros são bastante comuns. Receitas caseiras ajudam a combater os causadores de forma bastante eficaz.
Fontes: Dr. Clandio Medeiros da Silva, agrônomo e pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar); Dr. José Emilio Bettiol Neto, engenheiro agrônomo e pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo; e Rodrigo Monteiro, agrônomo e pesquisador da Transferência de Tecnologia na Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Uva e Vinho.
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