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Nina Lemos

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Neymar com Bolsonaro: como Marquezine, todo mundo tem um ex 'queima filme'

Como Bruna Marquezine, todo mundo tem um ex do qual se envergonha - Reprodução/Instagram
Como Bruna Marquezine, todo mundo tem um ex do qual se envergonha Imagem: Reprodução/Instagram

Colunista de Universa

24/10/2022 10h30Atualizada em 24/10/2022 10h33

"Uma coisa que eu invejo é o anjo da guarda da Bruna Marquezine." Essa foi uma das frases ditas no Twitter no fim de semana, quando Neymar se revelou não só um simpatizante do presidente Jair Bolsonaro, mas um apoiador ativo de sua campanha à reeleição.

Neymar participou da super live de apoio ao presidente na sexta-feira e disse, entre outras coisas, que dedicaria a Bolsonaro seu primeiro gol na Copa do Mundo e que o presidente o apoiou no momento mais difícil de sua vida —há informações de que Bolsonaro já ajudou Neymar a se livrar de dívidas com o imposto de renda.

E o que tem a Bruna Marquezine a ver com isso? Absolutamente nada. Os dois namoraram entre 2013 e 2018, com várias idas e voltas. E se não temos nada a ver com as escolhas políticas dos nossos namorados, imagina com as dos ex?

Mesmo assim, eu e muitas outras pessoas pensamos nela quando vimos Neymar caindo no colo do bolsonarismo. Principalmente porque Bruna tem apoiado claramente Lula em suas redes sociais. Enquanto Neymar participava da tal live e fazia post de apoio ao presidente no Instagram, Bruna compartilhava posts pró-Lula e contra Bolsonaro. Não deve ser fácil para ela olhar e encarar esse passado no momento.

E não venham dizer que amor não tem a ver com política. Claro que tem.

Ainda mais em uma eleição como essa, em que o que está em jogo é a democracia e valores da civilização (como respeito aos direitos das mulheres, por exemplo). Claro que existem casais formados por apoiadores de Bolsonaro e eleitores de Lula. Mas não deve ser nada fácil.

No caso de ex-namorados ou namoradas, é normal que a gente se afaste e, anos depois, olhe para o cara e pense: "mas não tinha nada a ver". ou ainda "como pude?". Quem nunca passou por isso que atire a primeira aliança de compromisso.

No caso de Bruna, imagino que seja um pouco pior, já que Neymar é uma celebridade internacional. A notícia de que o jogador apoia o presidente de extrema direita está em jornais do mundo todo. E, como a atriz também é famosa e o namoro deles foi super midiático, não tem como esconder.

Sim, se a gente se envergonha do passado só de entrar no Facebook e ver que um ex de mil anos atrás está postando bobagens do estilo "o Brasil está ameaçado pelo comunismo" (não é verdade e comunismo praticamente nem existe mais), imagina ter um ex que abre a live de Bolsonaro?

Isso não teria nenhum problema se Bruna também apoiasse o candidato, o que ela faz questão de deixar claro que não é o caso.

Você não está sozinha, Bruna. É normal, em conversas nos dias de hoje, o seguinte tipo de diálogo:

"Sabe o fulano? Você não vai acreditar". "O quê? O quê?". "Virou Bolsominion!" (gritos e frases de choque).

Claro, uma pessoa não é uma coisa só. E mesmo o ex de quem você discorda ideologicamente tem muitas coisas legais, assim como aquele seu amigo que "queria mudar o mundo" e hoje frequenta motociata continua tendo um lado legal. Mas que dói ver essas mudanças, dói.