Astrônomos descobrem planeta em sistema estelar mais próximo da Terra
Astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) divulgaram nesta terça-feira (16) que descobriram um planeta com massa similar à da Terra na órbita de uma das estrelas do sistema de Alfa Centauri, o mais próximo do nosso planeta. A descoberta científica feita no Observatório La Silla, no Chile, será publicada nesta quarta-feira (17) pela renomada revista Nature.
"As nossas observações, que se estendem ao longo de mais de quatro anos, obtidas com o instrumento HARPS, revelaram um sinal minúsculo, mas real, de um planeta que orbita Alfa Centauri B a cada 3,2 dias," diz Xavier Dumusque, autor principal do artigo e pesquisador do Observatório de Genebra, na Suíça, e do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, em Portugal. "É uma descoberta extraordinária, a qual levou a nossa técnica ao limite!"
O sistema Alfa Centauri, que fica a 4,3 anos-luz de distância, é composto por três estrelas: duas delas, Alfa Centauri A e B, são parecidas com o Sol e estão em órbita muito próxima uma da outra; já a terceira, a Proxima Centauri, é um corpo vermelho, mais distante e tênue. O planeta recém-descoberto tem uma massa um pouco maior que a da Terra, mas, ainda assim, é o mais leve encontrado em torno de uma estrela como o Sol, diz o estudo. Ele orbita a cerca de seis milhões de quilômetros de distância da estrela Alfa Centauri B, que é menor do que a de Mercúrio para o Sol.
Desde o século 19, astrônomos tentam provar a existência de planetas nesse sistema estelar e, também, a possibilidade de vida além do nosso Sistema Solar. A equipe europeia conseguiu, agora, provar as suspeitas. Eles detectaram pequenos desvios no movimento da estrela Alfa Centauri B que eram criados pela atração gravitacional de um planeta. O efeito é pequeno, mas faz a estrela se deslocar para a frente e para trás a 51 centímetros por segundo (cerca de 1,8 km/hora), a velocidade de um bebê engatinhando.
"Este é o primeiro planeta com massa semelhante à Terra encontrado em torno de uma estrela como o Sol. A sua órbita encontra-se muito próxima da estrela e, por isso, o planeta deve ser quente o bastante para poder ter vida tal como a conhecemos," acrescenta Stéphane Udry, do Observatório de Genebra, na Suíça.
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