Veículo da Nasa reacende esperança de achar água em Marte
A exploração de Marte pelo veículo robótico Curiosity, da Nasa, reacendeu as esperanças de que exista água perto da superfície do planeta vermelho - revelaram nesta segunda-feira (13) cientistas da missão espacial.
Os indícios consistem na presença de perclorato de cálcio no solo marciano, explicaram os astrofísicos.
Este tipo de sal altamente absorvente diminui o ponto de congelamento da água, o que lhe permite permanecer em estado líquido, de acordo com o estudo publicado na revista "Nature".
"Quando a noite cai, parte do vapor d'água na atmosfera se condensa na superfície marciana como geada", explicou o pesquisador do Insituto Niels Bohr, da Universidade de Copenhague Morten Bo Madsen, coautor do artigo.
"No entanto, o perclorato de cálcio é muito absorvente e, quando combinado com água, reduz seu congelamento e a geada pode novamente virar líquido", prosseguiu. "O solo é poroso, e o que estamos vendo é que a água pode se infiltrar até embaixo", afirmou.
O Curiosity também enviou imagens de sua turnê pela área do Monte Sharp mostrando aparentemente sedimentos depositados num passado distante por algum curso de água.
Se confirmada, a cratera no sopé do Monte Sharp poderá ter sido um lago.
No mês passado, a Nasa informou que quase metade do hemisfério norte de Marte já foi em algum momento um oceano, alcançando profundidades superiores aos 1.600 metros.
No entanto, 87% do líquido capaz de promover o aparecimento da vida foi perdido no espaço.
Uma teoria é que Marte tenha perdido o campo magnético que protegia sua superfície do bombardeio por partículas de alta energia enviadas pelo Sol.
Na ausência desse escudo, esta hipótese sugere que os prótons tenham simplesmente destruído a atmosfera lentamente.
Ainda que a presença de água perto da superfície marciana seja descoberta, as condições são tão hostis que a vida seria impossível, afirmam os pesquisadores.
"É muito seco, muito frio e a radiação cósmica é tão poderosa que penetra pelo menos um metro abaixo da superfície e mata toda a vida, pelo menos como a conhecemos na Terra", informou a universidade.
O veículo robótico Curiosity, que custou US$ 2,5 bilhões à Nasa, pousou no planeta vermelho em agosto de 2012 com o objetivo de explorar o terreno e procurar sinais que permitirão descobrir se houve ou não vida em Marte.
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