Comprador do Grindr tem vínculos com controlador chinês
Por Echo Wang e Alexandra Alper e Chibuike Oguh
NOVA YORK/WASHINGTON (Reuters) - Um grupo de investidores que obteve a aprovação dos Estados Unidos para comprar o Grindr possui conexões financeiras e pessoais com a companhia que controla atualmente o aplicativo de relacionamentos, a chinesa Beijing Kunlun Tech, segundo informações apuradas pela Reuters, em uma possível violação da legislação norte-americana que regula transações envolvendo empresas.
A Kunlun disse na sexta-feira que o Comitê de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos (CFIUS) havia aprovado a venda do Grindr para a San Vicente Acquisition por mais de 600 milhões de dólares, mas não deu detalhes sobre o grupo de investidores.
Uma análise feita pela Reuters de documentos confidenciais para captação de recursos e entrevistas com duas fontes familiarizadas com o acordo mostram que um sócio próximo do fundador da Kunlun tentou levantar dinheiro para um fundo comprar o Grindr. Dois dos parceiros desse fundo acabaram se tornando parte da San Vicente.
A Kunlun também ofereceu apoio financeiro para a San Vicente, que não se estendeu a outros dois grupos, segundo duas outras fontes familiarizadas com alguns dos outros concorrentes.
O CFIUS se recusou a comentar a transação, incluindo se estava ciente dos vínculos entre a Kunlun e a San Vicente, que não foram relatados anteriormente.
Quando apresentada às conclusões da Reuters, uma porta-voz do Grindr disse: "Os compradores do Grindr foram selecionados após um processo de ofertas extenso e imparcial que cumpria totalmente todas as regulamentações aplicáveis, como demonstra o recebimento de todas as aprovações necessárias - incluindo do CFIUS."
Um porta-voz da San Vicente se referiu à declaração do Grindr e se recusou a dar mais declarações.
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