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Paulista, Augusta... Os 10 lugares preferidos dos ladrões de celular em SP

De Tilt, em São Paulo

02/10/2023 04h00

A avenida Paulista, rua da Consolação e a rua Augusta são as vias da cidade de São Paulo com maior incidência de furtos e roubos de celular no primeiro semestre de 2023.

A análise foi feita a pedido de Tilt pela consultoria B4Risk com base nos dados públicos da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Ranking mudou - e bastante. A lista teve alterações entre o primeiro semestre de 2022 e o primeiro semestre de 2023, o que dá uma ideia de migração do crime. Ainda assim, a maioria das vias presentes no top 10 ficam na região central da cidade.

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A exceção é a avenida Senador Teotônio Vilela, na zona sul de São Paulo, que se manteve no mesmo 8º lugar do mesmo período do ano passado.

Top 10 vias com mais furto ou roubo na cidade de São Paulo*

  1. Avenida Paulista - 2.668 ocorrências - 2,53% do total (mesma posição, mas com 2,76%)
  2. Rua da Consolação - 1.410 - 1,34% (estava em 10º, com 0,80%)
  3. Rua Augusta - 1.365 - 1,29% (estava em 4º com 1,02%)
  4. Avenida Cruzeiro do Sul - 1.361 - 1,29% (estava em2º com 1,19%)
  5. Praça da Luz - 1.340 - 1,27% (estava em 7º com 0,87%)
  6. Avenida do Estado - 1.255 - 1,19% (estava em 3º com 1,15%)
  7. Avenida Brigadeiro Faria Lima - 1.002 - 0,95% (estava em 15º com 0,46%)
  8. Avenida Senador Teotônio Vilela - 977 - 0,93% (mesma posição, mas com 0,84%)
  9. Praça da República - 854 - 0,81% (estava em 6º com 0,90%)
  10. Avenida Mario de Andrade - 705 - 0,67% (estava em 43º com 0,23%)
*1º semestre de 2022 x 1º semestre de 2023

Furto ou roubo?

Estes métodos são conhecidos por serem crimes de oportunidade, que ocorrem quando um criminoso identifica chances de executarem a ação, seja com pedestres e motoristas. O mais comum é que isso ocorra justamente em locais com grande circulação de pessoas.

Furto ocorre quando há subtração do item sem risco à vida; no roubo, o criminoso usa violência ou grave ameaça para obter algo — geralmente, a vítima é ameaçada com uma arma, um objeto cortante ou até mesmo com a força física.

Os dados

O caso mais impressionante de crescimento de ocorrências foi na avenida Mario de Andrade, que foi de 0,23% para 0,67%.

Localizada nos arredores do metrô e da estação rodoviária da Barra Funda, a região tem ainda o Memorial da América Latina, além de casas de show.

Outros destaques são a avenida Brigadeiro Faria Lima e a Rua da Consolação. Nessas vias, houve crescimento considerável de ocorrências, a ponto de a Faria Lima ir de 15ª para a 7ª posição, enquanto a Consolação foi de 10ª para 2ª.

Em algumas vias houve significativa queda. A avenida Paulista, por exemplo, continua líder, mas saiu de 2,76% (1º semestre de 2022) para 2,53% (1º semestre de 2023). Neste ano, foram roubados ou furtados 7 celulares por dia na Paulista, segundo o levantamento baseado em boletins de ocorrência.

Leve queda

De modo geral, o furto e o roubo de aparelhos tiveram uma leve queda durante o período:

  • 1º semestre de 2022 - 108.914 aparelhos
  • 1º semestre de 2023 - 105.524 aparelhos

Que horário?

No que diz respeito a horário, há um certo padrão na cidade de São Paulo. A maioria dos b.os (boletins de ocorrência) aponta a noite como a principal período em que se há roubo, seguindo da tarde e da manhã:

  • A noite - 36,54%
  • A tarde - 25,06%
  • Pela manhã - 23,92%
  • De madrugada - 14,11%

Para Guaracy Mingardi, que é membro do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), a questão do horário é complexa, pois depende muito da região e tipo de crime.

"A maioria dos furtos costuma ocorrer da manhã ao cair da noite. Na região do Centro de São Paulo, por exemplo, é comum que haja subtração de telefones de pedestres nestes horários. Fazem isso à luz do dia e se aproveitam da movimentação para se esconder", explicou.

Já os roubos, segundo Guaracy, tendem a ocorrer entre a noite e a madrugada, quando há menos gente na rua e costuma haver algum tipo de ameaça à vítima.

Por que o celular é tão atrativo?

De acordo com Guaracy, do FBSP, as pessoas não costumam andar com tanto dinheiro. Mas boa parte da população tem celular. E com um desses em mãos, os criminosos conseguem faturar rápido vendendo para receptadores.

No mínimo, paga-se entre R$ 200 e R$ 300 por celular roubado. Posteriormente, o aparelho pode ser hackeado, desmontado para ter as peças usadas em consertos ou simplesmente zerado e enviado para outro país
Guaracy Mingardi, membro do FBSP

O grande problema, argumenta, é combater a receptação, feita por quadrilhas profissionais. Para isso, precisaria investir em investigação feita pela polícia civil.

Em locais com muito registro de ocorrências, como o centro de São Paulo, as operações até existem, diz ele. Precisaria, porém, de maior investimento em efetivo e inteligência.

Dicas para se proteger

  • Se precisar fazer uma chamada ou responder uma mensagem, entre em algum estabelecimento comercial ou público; ou aguarde até chegar em casa;
  • Se estiver aguardando carro de aplicativo, espere o veículo chegar para sair do local onde está;
  • Desconfie de movimentações estranhas à sua volta, como pessoas de máscara (ainda mais agora que o uso foi flexibilizado em vários lugares) ou indo de um lado para o outro de bicicleta ou motocicleta.

O celular foi roubado? Veja o que fazer

1) B.O. e bloqueios bancários

É importante fazer o boletim de ocorrência (que pode ser feito online na delegacia eletrônica), informando modelo e marca do celular, o local onde ocorreu o delito e o IMEI (identificação única do telefone) — se você não sabe o que é o IMEI, veja aqui como encontrá-lo.

Na sequência, acione o banco e peça o bloqueio temporário de contas e cartões para impedir transferências, compras, contratação de financiamento, pedidos de empréstimo e saques indesejados.

2) Mude senhas

É essencial trocar as senhas de redes sociais e e-mail, pois é comum que criminosos tentem aplicar golpes de engenharia social. Ou seja, eles se passam por você para pedir dinheiro a seus contatos ou até para oferecendo produtos.

3) Busca e bloqueio do celular

  • iPhone:

Para encontrar seu dispositivo, entre em icloud.com/find em um navegador e marque o dispositivo como perdido. Ele será bloqueado remotamente com um código de acesso, mantendo suas informações seguras. O desbloqueio só é feito mediante a digitação de uma senha.

É possível também fazer esta operação por meio de um iPhone ou qualquer aparelho móvel com sistema da Apple.

  • Android:

É necessário ter o aplicativo Encontre meu Dispositivo instalado (alguns telefones já vêm com ele, caso o seu não tenha, baixe aqui. Basta acessar de um navegador a página a seguir: https://www.google.com/android/find/ e se logar.

Marque a opção Proteger Dispositivo. É possível ainda escrever uma mensagem personalizada para quando o telefone estiver bloqueado, com telefone de contato para devolução.

Dá ainda também para apagar as informações remotamente na opção "Limpar dispositivo".

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