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Leilão do 5G: entenda o que é nova conexão e como ela muda nossa vida

Colaboração para Tilt, em Florianópolis

04/11/2021 13h10

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) analisou hoje as propostas recebidas no leilão do 5G e deu um passo fundamental para que a nova tecnologia de conexão comece a funcionar no próximo ano. Apesar disso, 10% da população brasileira ainda estão presas ao 3G, sendo que o 4G já é realidade há quase uma década.

O que essas tecnologias significam e qual a diferença entre elas? De bate pronto, podemos resumir como as responsáveis por tornar possível o fluxo de acesso às redes sociais, trocas de mensagens no WhatsApp e downloads. No caso, da 5G, ela é tratada como uma revolução porque é 20 vezes mais rápida que a 4G, por exemplo, o que dará novas dinâmicas para as atividades do nosso cotidiano.

Apesar de todas terem o mesmo objetivo, cada uma possui uma característica, tendo na prática a velocidade como a principal diferença para o usuário.

3G

Essa é mais comum no Brasil, presente em mais de 95% dos municípios, sendo uma evolução da rede 2G. Foi essa tecnologia que tornou a internet mais popular no país por permitir que empresas passagem a comercializar modens para dar acesso à banda larga fixa.

Do ponto de vista técnico, o 3G trabalha visando a transmissão de dados de voz (tipo áudios no WhatsApp) e serviços na internet (navegação de sites, downloads e uso de aplicativos online). É uma conexão mais rápida do que a do 2G.

A partir do 3G, já é possível assistir a um vídeo na Netflix, a empresa afirma que a recomendação é que a banda larga do usuário (móvel ou fixa) funcione com 5 Mbps para filmes com qualidade HD.

4G, 4G+ e 4,5G

Oficialmente conhecida como LTE (Long Term Evolution) se tornou popular nos últimos anos, principalmente por ser impulsionada pela realização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, já que estava entre as metas de políticas públicas para realização do evento.

Atualmente, a tecnologia já abrange quase 80% dos municípios, com velocidade média de 45 Mbps.

Uma diferença em relação à geração anterior é a possibilidade de conectar os usuários com mais estabilidade no sinal, segundo o professor José Roberto Soares, engenheiro eletricista e docente da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

A tecnologia 4G também tem uma velocidade 100 vezes maior do que a existente na 3G, tornando na prática a conexão mais rápida para diversas atividades no cotidiano.

Isso acontece por que ela prioriza o tráfego de dados (áudio, texto, vídeo, foto) na internet, e não mais o tráfego de voz. A transmissão de dados funciona em uma faixa de frequência por vez.

Mais recentemente, algumas operadoras passaram a oferecer um "quase 5G", as chamando de 4G+ ou 4,5G. Apesar do marketing que cerca essas tecnologias apresentadas pelas empresas, ambas também são 4G, porém, de fato, com velocidade um pouco melhor.

A grande diferença em relação ao 4G está na velocidade e estabilidade de rede. Enquanto o 4G funciona usando somente uma faixa de frequência, de 2.500 MHz, essas outras podem usar diversas faixas para transmitir dados ao mesmo tempo.

Em uma analogia simples, é como se as operadoras adicionassem mais faixas de rolagem em uma estrada, diluindo o tráfego e viabilizando maiores velocidades. Ou seja, em vez de todo mundo congestionar uma mesma via de dados, o volume é diluído em outras.

Além dessa combinação de frequências, as 4G+ e 4,5G também contam com outras estruturas, como a MIMO 4x4, permitindo a comunicação entre a torre da operadora e o seu celular a partir de uso de quatro antenas de transmissão e de recepção. No caso do 4G, são duas.

A bola da vez: 5G

A tecnologia 5G é a próxima geração de rede de internet móvel, já existentes em 65 países. Ela promete uma velocidade ainda mais rápida para downloads e uploads, além de maior estabilidade na conexão em comparação com as demais gerações.

No 5G, a expectativa é de que o usuário tenha uma internet 20 vezes mais veloz. Na Coreia do Sul, onde a tecnologia já existe, por exemplo, um jogo com 2 GB de armazenamento levou menos de dois minutos para ser baixado.

Esse avanço é possível por usar faixas de frequência mais altas da telefonia para funcionar: de 3,5 GHz (Gigahertz) a pelo menos 26 GHz.

As faixas do 5G têm uma capacidade maior, mas como seus comprimentos de onda são menores, significa que seu alcance é mais curto. Por isso, são chamadas de "ondas milimétricas" e são bloqueados mais facilmente por objetos físicos.

Como 5G afeta no cotidiano?

A proposta do 5G é tornar tudo conectado ao mesmo tempo com uma internet rápida e de qualidade. Carros, geladeira, máquinas de lavar, celulares, câmeras de segurança e tantos outros eletrônicos.

Graças a sua velocidade e cobertura, ainda estima-se que o 5G possa, em muitos casos, substituir até mesmo as redes domésticas de wi-fi. Alguns especialistas acreditam que a tecnologia será complementar, com operadoras oferecendo banda larga, modem 5G e wi-fi para diferentes perfis.

Além disso, a tecnologia será muito bem-vinda para quem joga games no celular, já que o usuário deve notar menos atraso —ou latência— ao pressionar um comando e ver o efeito na tela. Essa característica também é importante para que o 5G conecte muitos objetos inteligentes ao mesmo tempo, pois seu tempo de resposta rápido permitirá até que carros andem sem motorista.

Como o 5G vai revolucionar a sua vida | Deu Tilt #13