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Um balão de festa gigante: como os dirigíveis funcionam e voam pelo ar

Rodrigo Lara

Colaboração para Tilt

27/02/2020 04h00

Quando foi a última vez que você viu um dirigível? Populares no passado, essas aeronaves não são comuns hoje em dia, mas um ou outro ainda chama a atenção por onde passa. Mas você já parou para pensar como os dirigíveis conseguem ficar mais leves que o ar?

Eles são iguais a balões? Como conseguem flutuar? Bom, você está prestes a descobrir. Mas em resumo, podemos dizer que eles não seriam nada sem um velho conhecido: o gás hélio.

Basicamente, é possível dizer que os dirigíveis têm como princípio de funcionamento básico o mesmo daqueles balões de festa que flutuam sozinhos.

A parte superior da aeronave, aquele bolsão, tem compartimentos separados que são preenchidos com hélio, que é mais leve do que o ar. Esses compartimentos são separados de maneira que é possível controlar a quantidade de ar e de hélio em seu interior.

Após uma certa quantidade desse gás preencher as câmaras presentes no bolsão, o hélio é capaz de fazer toda a estrutura do dirigível alçar voo.

No ar, o dirigível se move graças a hélices de propulsão e um conjunto de asas móveis que permitem manobrar a aeronave conforme a necessidade. Como o que mantém o dirigível no ar é o bolsão de gás hélio, ele não segue o mesmo conceito dos aviões, que precisam estar em movimento para se manter no ar.

Se o hélio é mais leve do que o ar, como um dirigível não sobe indefinidamente?

As divisões do bolsão de gás dos dirigíveis servem exatamente para evitar isso: com compartimentos separados, é possível atingir um equilíbrio entre a quantidade de hélio necessária para o dirigível permanecer flutuando e a quantidade de ar para evitar que ele suba de maneira descontrolada, o chamado empuxo neutro.

Com esse controle de pressão de ar, é possível manter um voo estável, além de ajudar em decolagens e pousos.

Há risco de um dirigível cair se o bolsão de gás furar?

Aqui, tudo depende do tamanho do furo. Considerando um buraco de bala de arma de fogo, por exemplo, ele não é grande o suficiente para fazer o gás vazar de uma vez só, uma vez que o volume armazenado é muito grande. Neste caso, é possível pousar a aeronave em total segurança.

Os dirigíveis são seguros?

Uma cena famosa envolvendo um dirigível foi o acidente do Hindenburg, na década de 1930. Na ocasião, em 6 de maio de 1937, o LZ 129 Hindenburg - um colossal dirigível de 245 metros de comprimento construído pela empresa alemã Luftschiffbau-Zeppelin - estava em Nova Jersey, nos EUA, e acabou pegando fogo durante o seu pouso.

Até hoje há controvérsias sobre o motivo do incêndio, mas por muito tempo achou-se que o motivo era o uso do hidrogênio, inflamável, para encher a aeronave —ainda que teorias que vieram depois neguem essa hipótese.

De qualquer maneira, os dirigíveis hoje são inflados com hélio, que é um gás inerte, afastando riscos de explosões.

Fontes:

Paulo Eduardo Batista de Mello, professor do departamento de Engenharia Mecânica do Centro Universitário FEI
Joseph Youssif Saab Junior, professor e coordenador do curso de Engenharia Mecânica do Instituto Mauá de Tecnologia

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