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Gigantes da internet negam 'grampo' do governo em atividades de seus usuários

Governo dos EUA teria acesso a dados internautas que usam serviços como Google e Facebook - Getty Images
Governo dos EUA teria acesso a dados internautas que usam serviços como Google e Facebook Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

07/06/2013 09h15

Grandes empresas de tecnologia negaram nesta quinta-feira (6) que o governo norte-americano tenha acesso direto aos dados de seus servidores. Com isso, Apple, Google, Facebook e Microsoft contestam as acusações feitas pelos jornais “The Guardian” e “Washington Post”: as publicações dizem que a NSA (agência nacional de segurança, na sigla em inglês) pode coletar, junto a nove grandes empresas de tecnologia, informações ligadas à forma como seus clientes usam a internet.

Dentro desse programa, chamado Prism, o governo norte-americano poderia acessar arquivos de áudio, vídeo, foto, e-mails, histórico de buscas e conversas de bate-papo de qualquer cliente dessas que estão entre as maiores empresas de tecnologia do mundo. A Microsoft teria iniciado essa colaboração com o governo em 2007, seguida por Yahoo (2008), Google, Facebook, Paltalk (2009), YouTube (2010), Skype, Aol (2011) e Apple (2012).

Diante das acusações, o Google afirmou não fornecer ao governo acesso a dados privados de seus usuários. O Facebook disse que o governo não tem acesso direto aos servidores da empresa, enquanto a Microsoft alegou apenas fornecer informações de seus usuários quando solicitado legalmente pela Justiça, e não de forma “voluntária”. A Apple negou conhecer o Prism, negando as acusações. 

Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (6), a NSA afirmou que as denúncias feitas pela imprensa foram imprecisas, mas não negou as acusações. A agência explica a seção 702 de uma lei norte-americana para vigilância de estrangeiros, citada nas reportagens, dizendo que ela não se aplica a norte-americanos ou a moradores do país.

“As informações coletadas de acordo com essa lei estão entre as mais valiosas e importantes e são usadas para proteger nossa nação de uma grande variedade de ameaças. A publicação não autorizada de informações sobre esse programa importante e inteiramente legal é repreensível e arrisca a segurança dos americanos”, diz o texto.

Documento
No documento – um arquivo de Powerpoint com 41 slides --, a NSA divulga o “forte crescimento” do uso do programa Prism para obter informações, de acordo com o “The Guardian”. A quantidade de dados teria aumentado 248% em 2012 considerando o comunicador instantâneo Skype, da Microsoft. Os valores subiram 63% e 131%, se considerados Google e Facebook, respectivamente. A publicação não divulga números absolutos, apenas as porcentagens. 

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Ainda segundo o “The Guardian”, a NSA produziria mensalmente mais de 2.000 relatórios baseados no programa Prism. Somente em 2012 foram 24 mil, um aumento de 27% em relação ao ano anterior.

Telefonia celular
Também na quarta-feira (6), o “The Guardian” publicou que o governo dos EUA tem acesso a informações de chamadas telefônicas feitas por clientes da Verizon – para isso, usa a mesma lei para vigilância de estrangeiros.

De acordo com a publicação britânica, o documento mostra pela primeira vez, durante a administração do presidente Barack Obama, que dados de milhares de americanos estão sendo coletados indiscriminadamente, independente de as pessoas serem suspeitas de algum crime.

Sob a administração Bush foram descobertos vários sistemas de monitoramento  pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos. No entanto, não era conhecido que a prática continuava com a administração atual.

O senador republicano Mike Rogers, presidente do comitê de segurança dos Estados Unidos, disse que as coletas de dados solicitadas pela NSA ajudaram a frustrar várias tentativas de ataques terroristas ao país.  Ele mencionou que os dados de monitoramento ajudaram o país a interromper um "caso significativo" de tentativa de ataque.

(Com All Things D, Guardian, Reuters e Techcrunch)