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Estudo aponta que Sputnik V mostra menor eficácia contra a variante Beta

26/07/2021 16h34Atualizada em 26/07/2021 18h59

Redação Central, 26 jul (EFE).- A vacina russa Sputnik V contra a covid-19 é eficaz na neutralização da variante Alfa (Reino Unido) do SARS-CoV-2, mas é menos eficaz contra Beta (África do Sul), de acordo com um estudo da Escola de Medicina do Hospital Mount Sinai (Estados Unidos) que não analisa a Delta.

A pesquisa publicada pela "Nature Communications", foi realizada com amostras de soro de 12 pessoas na Argentina, um mês depois de receber as duas doses da vacina russa.

A Sputnik tem eficácia declarada de 91,6% após os ensaios clínicos realizados no final do ano passado e é usada em países como Rússia, Argentina, México e Hungria, mas variantes como Alfa (B.1.1.7) e Beta (B.1.351) não estiveram presentes na Rússia durante o período de teste.

Portanto, a equipe liderada por doutor Benhur Lee analisou a capacidade neutralizante dessa vacina contra essas variantes e concluiu que a Sputnik é "eficaz na neutralização" da Alfa, mas "não é tão eficaz" contra a Beta, indica a "Nature Communications".

A equipe usou vírus recombinantes que carregam mutações na proteína Spike (utilizada para entrar nas células humanas) encontrada nas variantes Alfa e Beta.

Além disso, analisou a mutação E484K que também ocorre na proteína S e está presente em outras variantes, como a Gama (Brasil).

A pesquisa indicou que os soros dos pacientes testados mostraram "neutralização eficaz" contra a variante Alfa, "atividade moderadamente apenas reduzida contra a mutação E484K e atividade acentuadamente reduzida contra a variante Beta".

Os autores apontam que, embora a análise de uma amostra maior seja garantida, a capacidade da variante Beta e da mutação E484K de escapar da neutralização de anticorpos nas amostras analisadas "sugere que o controle de algumas variantes emergentes pode se beneficiar de vacinas atualizadas".

Resposta da equipe da Sputnik V:

"Com relação ao estudo 'Atividade neutralizante da vacina Sputnik V contra variantes SARS-CoV-2' por Jeremy P. Kamil e outros, publicado na Nature Communications em 26 de julho, a equipe Sputnik V e o Centro Gamaleya já responderam a este artigo em 6 de abril, quando estava em uma fase pré-impressão.

Link: https://sputniknews.com/world/202104051082548573-us-study-shows-sputnik-v-beats-pfizer-on-s-african-strain-despite-criticism-russian-scientist-says/

Link: https://twitter.com/sputnikvaccine/status/1379433815081246722?s=20

Este artigo da Nature Communications, onde um dos autores tem um conflito de interesses devido ao seu trabalho como consultor da Pfizer/BioNtech, aponta que a vacina Sputnik V é muito eficiente contra todas as cepas com alguma redução na atividade neutralizante do vírus contra a variante sul-africana. Ainda assim, o artigo mostra que a Sputnik V parece mais eficiente contra a cepa sul-africana, pois a redução de sua eficácia é menor do que a da vacina Pfizer/BioNtech.

O estudo do Instituto Gamaleya publicado em 12 de julho na revista internacional Vaccines, revisada por pares, demonstrou que o vírus protetor Sputnik V neutraliza nos testes contra todas as diferentes mutações, incluindo as variantes sul-africanas e delta. De acordo com o estudo da Vaccines, a diminuição da atividade neutralizante do vírus pela Sputnik V em relação à variante sul-africana foi de apenas 3,1 vezes em comparação com 7,9 a 40 vezes para a vacina Pfizer.

O estudo da Vaccines baseou-se em um modelo de teste real contendo coronavírus vivo SARS-Cov-2, não um vírus substituto de estomatite vesicular usado pelos autores do estudo da Nature Communications. O estudo da Nature Communications não contém dados sobre a eficácia da Sputnik V contra a Delta, que atualmente é a variante dominante no mundo, de acordo com a OMS."