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Londres decide na próxima semana sobre participação da Huawei na rede 5G

Loja da Huawei em Pequim, na China - Fred Dufour/Reuters
Loja da Huawei em Pequim, na China Imagem: Fred Dufour/Reuters

Em Londres

24/01/2020 09h12

O governo britânico deve se pronunciar na próxima semana sobre a possível participação da chinesa Huawei no desenvolvimento da rede móvel 5G no Reino Unido - informou hoje uma fonte do governo.

Os Estados Unidos pressionam a Europa e, em particular, o Reino Unido, para excluir a Huawei, citando supostos vínculos da empresa com o governo chinês e o fato de que seus equipamentos podem ser usados para espionagem, o que a Huawei sempre negou.

O governo de Boris Johnson parece, no entanto, estar preparando o terreno. Assim, esta fonte do alto escalão apontou que o Reino Unido usa a tecnologia da Huawei há 15 anos, ao contrário dos Estados Unidos, e as agências de segurança estão preparadas para gerenciar os riscos.

Além disso, a proibição total da Huawei custaria "bilhões" de libras ao Reino Unido e atrasaria a implantação da rede 5G e da fibra óptica, acrescentou.

Por fim, poucas empresas possuem a mesma tecnologia do grupo chinês: "há um vácuo no mercado", resumiu a fonte.

O Reino Unido adiou várias vezes sua decisão sobre a Huawei, principalmente devido às eleições parlamentares de dezembro.

Em abril de 2019, um vazamento na imprensa britânica revelou que o governo conservador da época, liderado por Theresa May, estava prestes a conceder à Huawei uma participação limitada na rede 5G.

O fornecedor de equipamentos chinês não estaria envolvido no coração da rede, mas em infraestrutura menos sensível.

A ministra das Empresas, Andrea Leadsom, disse na quinta-feira que uma decisão seria tomada "em breve", acrescentando que vários elementos estavam sendo levados em consideração, como "a disponibilidade de outros fornecedores e o trabalho já realizado pela Huawei no Reino Unido".

A Huawei é uma fonte de tensão entre Londres e Washington, no momento em que o governo britânico pretende negociar, após o Brexit, um novo acordo comercial com os Estados Unidos.

O primeiro-ministro Boris Johnson também sugeriu na semana passada que seria difícil proibir a Huawei de participar da rede britânica 5G: "quem se opõe a uma marca, ou outra, deve nos apresentar uma alternativa", disse ele na BBC.