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The Medium e as duas realidades que tentam conversar em um jogo de terror

Thaime Lopes e João Varella

Colaborações para o START

27/03/2021 11h00

A principal característica em The Medium - ou, pelo menos, aquela que mais chama a atenção - é a mecânica de realidades paralelas: um mundo físico e um mundo dos mortos. As interações entre ambos é um dos pontos centrais em como o game funciona.

Por isso, não haveria outra forma de analisar The Medium se não usando um conceito parecido. Duas realidades, duas opiniões diferentes que interagem para formar uma crítica única ao game lançado para Xbox Series X e S (além de PC).

Os trechos em vermelho foram escritos por João Varella.
Os trechos em azul foram escritos por Thaime Lopes.

A análise completa está no vídeo acima.

The Medium jogo terror - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

The Medium é o primeiro título exclusivo da atual geração de Xbox, ou seja, só roda no Series S ou X (ou em um PC bem potente). E Por mais que seja a produção mais audaciosa do catálogo da polonesa Bloober Team, é ainda um jogo de médio porte (MEDIUM porte! Piada ruim, mas irresistível).

No jogo acompanhamos a protagonista Marianne que, como o próprio nome já diz, é uma médium. Logo de cara descobrimos que ela perdeu o pai adotivo, e nesse momento também conhecemos o poder que ela possui: se deslocar entre o mundo material e espiritual, além de conseguir falar com os espíritos dos mortos.

O melhor de dois mundos?

The Medium tem como diferencial a tela dividida. Não que isso seja vá mudar para sempre a história dos videogames, mas é uma inovação. Pelo menos o lado espiritual conta com cenários inspirados na obra do pintor polonês Zdzislaw Beksinski. Já o mundo material tem como principal atrativo bilhetes e anotações espalhadas pelo cenário.

Pode parecer perda de tempo — e ninguém é obrigado a ler — mas são elementos que ajudam na composição de uma ambientação raramente vista. Quantos jogos de videogame se passam na Polônia do final dos anos 1990?

The Medium gme terror - Reprodução/START - Reprodução/START
Resort Niwa
Imagem: Reprodução/START

Passamos uns dois terços do jogo dentro do Resort Niwa. E tentar entender a origem dos poderes da Marianne, a história do Resort e até mesmo o background da menininha Tristeza, é o que mais mexe com quem joga.

Pois trata-se de uma experiência interativa densa, com um enredo que vai mergulhar em personagens e temáticas pesadas, de política pós Guerra Fria a pedofilia. Há espaços abertos na trama, para serem preenchidos pela imaginação ou para trocar ideia com amigos.

Terror para não levar sustos

The Medium game de terror - Reprodução/START - Reprodução/START
Jogo tem alguns breves momentos de perseguição
Imagem: Reprodução/START

Assim como Observer e Blair Witch, jogos anteriores da Bloober, The Medium traz altas doses de terror psicológico. Porém, há menos sustos, mais atmosfera. Não há muitos percalços e obstáculos no caminho, nada é posto para travar o transcorrer da trama.

Sim, existem uns monstros pelo jogo, mas a ideia não é que eles te deem medo do tipo "EITA DE ONDE ISSO SAIU" mas sim que seja aquela coisa de "por que esse monstro existe e por que ele está me perturbando?".

O medo provocado por The Medium não é o medo tradicional. É sim o medo de coisas muito palpáveis, da vida real: medo da solidão, da morte, da ansiedade, do passado.

The Medium mostra que os monstros existem dentro de todos nós, motivados por traumas, receios e desejos.

The Medium

Como um todo, The Medium é um jogo bacana para passar o tempo, mas facilmente esquecível. A mecânica de separar a protagonista entre os mundos material e espiritual parece ser mais legal do que realmente é, e esse troca-troca por vezes exige paciência por parte do jogador.

Ainda assim, fãs do gênero e/ou assinantes do Game Pass de PC ou console fazem bem em dar uma chance a The Medium, que cumpre bem aquilo que se propõe a fazer.

The Medium capa do jogo - Divulgação/Bloober Team - Divulgação/Bloober Team
Imagem: Divulgação/Bloober Team

Lançamento: 28/01/2021
Plataforma: Xbox Series e PC
Preço sugerido: R$ 184 (disponível no Xbox Game Pass)
Classificação Indicativa: 16 anos (Violência e Drogas Lícitas)
Desenvolvimento: Bloober Team
Publicação: Bloober Team
Jogue também: Blair Witch, Observer, Layers of Fear

*As cópias do jogo foram enviadas pela assessoria da Microsoft ao START

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