Moda passageira? A ascensão, glória e queda do dos controles de movimento
Quando a Nintendo apresentou o Wii em 2005, a promessa era a de uma revolução. Centrada no uso de um controle sensível a movimentos, a plataforma mudaria a forma com a qual o público enxergava videogames, atraindo para a indústria pessoas que antes nem cogitariam a ideia de jogar em frente à TV.
Tudo isso aconteceu - mas apenas de forma passageira.
Dez anos após a revelação do console, a indústria já superou a 'moda' do Wii Remote. Os sensores de movimento estão por todos os lados - nos controles do líder de mercado PlayStation 4 e de todos os smartphones e tablets, por exemplo -, mas já são considerados carne de pescoço, e raramente ficam no foco.
O experimento Wii
Apesar de sua influência já ter desaparecido, o Wii foi um enorme sucesso. Mesmo sendo um hardware fraco perante os concorrentes PlayStation 3 e Xbox 360, o console da Nintendo não teve nenhuma dificuldade para vencê-los em vendas em todos os maiores mercados.
Segundo dados da própria Nintendo, mais de 101 milhões de consoles Wii foram vendidos desde sua estreia em 2006. Pelo menos seis de seus jogos exclusivos venderam mais do que 20 milhões de cópias, como "Mario Kart Wii", "Wii Sports Resort" e "Wii Fit".
Nenhum exclusivo de Xbox 360 ou PlayStation 3 vendido separadamente quebrou tal marca. A exceção é "Kinect Adventures", que era vendido junto ao sensor de movimentos da Microsoft.
Com o Kinect e o PlayStation Move, as rivais da Nintendo provaram que o novo nicho de gamers encontrado pela Nintendo era grande demais para ser ignorado. Documentos da empresa datados de 2009 mostraram que até mesmo os mais idosos estavam envolvidos por títulos como "Wii Sports". Segundo a revista People, até mesmo a Rainha Elizabeth II se divertia com o game.
Veio então o passar dos anos, e o interesse do público esvaiu-se. A Nintendo melhorou as capacidades de seus sensores com o acessório MotionPlus, mas jogos mais complexos não eram o que queriam os tais 'jogadores casuais', que se aproveitaram da febre dos controles de movimento e depois a deixaram para trás como quem veste o penteado da moda.
Novo mundo
A Nintendo ainda brinca com controles de movimento ocasionalmente como jogos como "Splatoon" e "Star Fox Zero", mas o Wii Remote já foi delegado ao posto de 'controle do segundo jogador'.
Enquanto isso, PlayStation 4 e Xbox One deixaram o Move e o Kinect para trás em prol de controles tradicionais.
O caso da Microsoft é interessante: seu novo console era inicialmente vendido com um Kinect de nova geração. Sem o suporte das produtoras de games, porém, o acessório mostrou-se um peso morto. A Microsoft julgou que venderia mais sistemas tirando o Kinect do pacote para barateá-lo.
Os 'não-gamers' que compraram o Wii pelo fator novidade ou abandonaram os consoles logo em seguida, ou deram continuidade ao seu novo hobby com games gratuitos em seus celulares. Sem poder contar mais com esse público volátil, as empresas acabaram tendo que reatar o compromisso com os jogadores tradicionais.
Um possível futuro
A promessa da realidade virtual é a chance que os controles de movimentos têm de voltar aos holofotes.
Transportar-se para um mundo digital já é uma experiência possível com acessórios como o Oculus Rift e o Project Morpheus, mas interagir com tais mundos ainda é uma experiência confusa. Afinal, se eu estou naquele mundo, por que preciso apertar botões para mexer meu braço ou pegar algo?
A solução para esse problema é o formato Wii Remote.
Apesar de já ser apresentada em eventos de maneira palpável, a realidade virtual em si ainda não passa de uma aposta. Barreiras como preço e a falta de software compatível podem atrapalhar o avanço da tecnologia, e assim, impedir que acidentes com controles de videogame voadores voltem a ser parte de nosso dia-a-dia.
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