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Britney Spears pede fim de tutela e classifica sistema como "abusivo"

24/06/2021 05h48

Los Angeles (EUA), 23 jun (EFE).- A cantora Britney Spears solicitou nesta quarta-feira o fim da tutela com a qual seu pai controla sua vida há 13 anos, argumentou que o sistema é "abusivo", "absurdo" e opinou que alguns envolvidos "deveriam estar na prisão".

"Esta tutela está pagando o salário de muita gente. Estou farta", declarou a artista em um tribunal de Los Angeles em discurso por telefone no qual disse frases impactantes como: "não sou feliz", "não consigo dormir" e "me senti drogada".

Esta é a primeira vez que Britney se opõe publicamente ao controle que seu pai exerce sobre todos os aspectos públicos e privados de sua vida por causa de uma decisão judicial de 2008, após uma fase conturbada da cantora.

"Não faz sentido uma pessoas sob uma tutela legal ganhar dinheiro", comentou Britney, que, enquanto permanecia sob supervisão legal contínua, fez um show em Las Vegas que arrecadou milhões de dólares em ingressos.

A artista expressou várias vezes a vontade de encerrar a tutela e se negou a voltar a ser avaliada por "desconhecidos". No entanto, seu advogado, Samuel Ingham, não formalizou o pedido ao tribunal e as duas partes se reunirão novamente em uma data ainda não marcada.

"Quero a minha vida de volta, já basta", implorou a cantora. No resto do emocionado discurso, Britney Spears definiu sua vida nos últimos 13 anos como um sequestro no qual não tem liberdade para falar com a imprensa, conceder entrevistas, casar ou formar família.

"Tenho um DIU (dispositivo intrauterino) em meu corpo neste momento que não me deixa ter um bebê, e meus tutores não me deixam ir ao médico para tirá-lo", afirmou.

A artista confessou que em seu último depoimento à justiça, em 2019, não se sentiu ouvida e pensou que "ninguém acreditaria" nela.

"Gostaria de processar a minha família e compartilhar a minha história com o mundo", afirmou.

A equipe jurídica do pai, Jamie Spears, se negou a responder sobre o depoimento de Britney para "preservar sua privacidade" e não revelar "detalhes de seu estado de saúde" em audiência pública com a presença de jornalistas.