Viúva Negra: quem é narcotraficante vivida por Sofia Vergara em 'Griselda'

Eternizada no papel de Gloria de "Modern Family", Sofia Vergara vai interpretar a líder do tráfico colombiano em uma nova série da Netflix. "Griselda", planejada para janeiro de 2024, vai contar a história da narcotraficante Griselda Blanco, conhecida como Viúva Negra e Madrinha do Tráfico.

Nascida em 1943, Griselda foi considerada a pioneira do crime organizado na Colômbia, e recebeu o apelido de Madrinha do Tráfico e do Cartel de Medellín, entre as décadas de 1970 e 1980. Antes de Pablo Escobar, foi ela quem criou os caminhos e as rotas de escoamento de drogas via Miami —que, posteriormente, foram aproveitadas por ele.

Griselda ingressou no mundo do crime cedo. Aos 11 anos, foi responsável pelo sequestro de um garoto de um bairro nobre próximo ao seu, sendo acusada também de tê-lo matado ao não receber o dinheiro do resgate. Nessa época, já furtava carteiras e, mais tarde, para escapar de abusos sexuais do padrasto, ela fugiu de casa. Segundo relatos, começou a se prostituir, apesar de a mesma ter negado.

Casou-se três vezes, e foi acusada de encomendar a morte do segundo e executar o terceiro com as próprias mãos. Conheceu o primeiro deles ainda jovem, um falsificador de passaportes que ganhava dinheiro com tráfico de pessoas. Em 1964, ela foi ilegalmente para os Estados Unidos, com o marido e quatro filhos, usando passaportes falsos. Foi lá que se estabeleceu como traficante de cocaína, pois o marido, antes de morrer, a deixou em contato com o mundo do crime de Nova York. Tinha uma loja de roupa íntimas, que usava como disfarce para transportar drogas.

A narcotraficante Griselda Blanco em foto ao ser fichada pela polícia de Miami
A narcotraficante Griselda Blanco em foto ao ser fichada pela polícia de Miami Imagem: Reprodução

Indiciada em 1975 por conspiração e tráfico de drogas, ela voltou para a Colômbia antes de poder ser presa, mas retornou aos EUA no início dos anos 80, quando eclodiram conflitos violentos e assassinatos com a epidemia do crime em Miami. Dentro deste cenário, ela se estabeleceu como um grande nome do narcotráfico, e estima-se que sua rede de distribuição de drogas chegou a faturar US$ 80 milhões por mês.

Em fevereiro de 1985, foi presa na sua casa na Califórnia pelo DEA, órgão americano de repressão e controle de drogas. Suspeita de matar dezenas de pessoas e estar diretamente envolvida no assassinato de outras milhares, foi condenada a 50 anos de prisão, e ficou encarcerada por 20.

Voltou deportada para a Colômbia em 2004, onde passou a viver de forma discreta. Foi morta em 2012 em Medellín, quando saía de um açougue. Seu filho mais novo, Michael Corleone Blanco, foi o único que sobreviveu.

"É uma surpresa que não tenha sido assassinada antes, pois fez muitos inimigos", disse à época Nelson Andreu, ex-detetive do departamento de homicídios de Miami, ao jornal Miami Herald. "Quando se mata tanta gente, como ela fez, é questão de tempo até que alguém te encontre e acerte as contas."

A série com Sofia Vergara não é a primeira produção a contar a história de Blanco. Em 2018, o telefilme "A Madrinha da Cocaína", do canal Lifetime, levantou polêmica por escolher a triz galesa Catherine Zeta-Jones para interpretar a mulher. Também houve planos de um filme estrelado por Jennifer Lopez, que nunca saiu do papel.

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