Por que show de Roger Waters no Brasil virou debate sobre nazismo?

Roger Waters, cantor e um dos fundadores da banda clássica Pink Floyd, já acumula polêmicas - levando a discussões sobre possível nazismo e antissemitismo.

Após o astro usar uniforme com referências nazistas em um show na Alemanha, no início desse mês, o ministro Flávio Dino afirmou que iria prendê-lo caso repetisse o ato no Brasil, o que intensificou os debates.

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Com fama de progressista, o músico Roger Waters tem se envolvido em diversas polêmicas relacionadas a antissemitismo, à guerra Rússia x Ucrânia e, agora, apologia ao nazismo.

"Não pode fazer censura prévia". Nesse sábado (10), o ministro esclareceu que não estaria fazendo censura prévia ao cantor, mas, informando que é crime qualquer apologia ao nazismo no Brasil e "essas normas valem para TODOS", afirmou Dino.

Pedido da Confederação Israelita do Brasil. O Ministério da Justiça teria recebido um pedido do advogado Ary Bergher, vice-presidente da Confederação Israelita do Brasil, para impedir Waters de vir ao país - o que levou às declarações de Dino.

Críticas a Israel ou antissemitismo? Em diversos momentos em sua carreira e até em visuais de seus shows, o cantor tem feito críticas às ações da nação de Israel em relação à Palestina - inclusive igualando a ocupação de terras palestinas a técnicas nazistas de guerra.

"Nacionalismo extremo" de Zelensky. Em relação à guerra na Ucrânia, Waters criticou as ações dos dois lados, no entanto, afirmou acreditar que o presidente ucraniano também provocou o conflito - o que levou muitos a assumirem que o músico apoia a invasão de Putin.

"Antissemita até seu coração podre". Anteriormente, Waters foi criticado por Polly Samson, mulher de David Gilmour, integrante do Pink Floyd, condenando o músico por diversos crimes, incluindo ser "apoiador de Putin e megalomaníaco mentiroso, ladrão, hipócrita, sonegador de impostos".

Referência a "The Wall". A seção de seu show em que Roger Waters usa um uniforme com símbolos nazistas seria, de acordo com o músico, uma referência ao álbum "The Wall", da banda Pink Floyd, que carrega uma forte mensagem anti-totalitarista.

Oposição à Bolsonaro e defesa de Marielle. Em seus shows, o astro do rock já criticou diversos governos que ele vê como totalitários, incluindo o de Bolsonaro, o que levou a uma homenagem à vereadora Marielle Franco, cuja morte ainda permanece um caso em aberto.