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Bruno Fagundes relata que já vomitou depois de mentir sobre sexualidade

O ator Bruno Fagundes - Reprodução / Instagram / @victorribeiros / @mosagencia
O ator Bruno Fagundes Imagem: Reprodução / Instagram / @victorribeiros / @mosagencia

Colaboração para Splash, em São Paulo

30/01/2023 13h46

O ator Bruno Fagundes, 33, filho dos atores Antônio Fagundes e Mara Carvalho, fez um desabafo durante uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo sobre sua sexualidade.

O artista contou que já vomitou após mentir sobre sua orientação sexual.

"Eu fui entrevistado ao vivo por um repórter e ele perguntou na minha cara se eu era gay. E era num contexto que não tinha absolutamente nada a ver. Respondi que não. Voltei para casa e me lembro de vomitar", relembrou Bruno, que assumiu namoro com o ator Igor Fernandez no começo deste ano.

"Foi muito traumático, porque eu não tinha a maturidade que tenho hoje, e aí alguém te expõe dessa forma. É uma violência gratuita", lamentou ele.

"Eu já apanhei na rua. Eu tinha mais ou menos 20 anos e estava andando com dois amigos, perto da avenida Paulista. E passaram uns 20 caras que, não sei se faz muito sentido chamar assim, mas seriam skinheads. Eu me lembro de pensar enquanto apanhava: 'Eu tenho sorte de nenhum deles estar com uma faca na mão ou um canivete'", contou.

Bruno também relatou uma terceira violência que sofreu, de uma empresária de atores "bastante conhecida", que disse que o perfil dele no Instagram "não era viril demais":

"Isso foi em 2019. Ela disse, não exatamente com essas palavras, que eu dava 'pinta' no Instagram e, por isso, estava batendo na trave [de não conseguir trabalho]. O que era uma mentira, porque eu estava fazendo Zorro: O Musical e gravando a série 3% [da Netflix]. Eu perguntei se algum produtor de elenco tinha dito isso para ela, e ela falou que não. Essa mulher fez um homem de 30 anos ficar arrasado. Ela me engatilhou em lugares que eu passei uma vida inteira dizendo para mim mesmo que tinha superado", explicou.

Apoio de Antônio Fagundes e Mara Carvalho

"Eles [os pais] também não sabiam o que fazer [quando foi agredido na rua]. O que você faz? Eu tive a sorte de não morrer. De verdade. Não tem o que um pai ou uma mãe possa fazer a não ser dar amor. E isso eu tenho deles de sobra", afirmou Bruno.

"E também sei que é uma condição privilegiada. Tem gente que é expulsa de casa, tem gente que é afastada dos seus. E isso é mérito dele [do pai]. Isso é a caminhada dele. Tenho muito orgulho de chamá-lo de aliado. Se ele foi capaz de ser um aliado, qualquer pai pode ser", continuou.

"O fato de eu nunca ter falado sobre isso [sexualidade] antes é, talvez, por eu não me sentir seguro o suficiente. Hoje, me sinto. E acho que compartilhar a minha história pode ajudar alguém. Talvez, eu tenha a possibilidade de fazer alguém se compreender melhor. E é por isso que eu faço o que faço", finalizou.