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Luísa Sonza apoia Klara e critica vazamento de dados: 'Não somos animais'

Luísa Sonza fez crítica após divulgação do caso de Klara Castanho - Reprodução
Luísa Sonza fez crítica após divulgação do caso de Klara Castanho Imagem: Reprodução

De Splash, em São Paulo

26/06/2022 12h52Atualizada em 26/06/2022 13h03

A cantora Luísa Sonza demonstrou apoio à Klara Castanho e criticou o vazamento de dados de saúde nos hospitais. Em uma série de publicações, Luísa pediu para que profissionais parem de tratar os famosos "sem humanidade" e clamou por leis severas contra a divulgação indevida de informações de saúde. A declaração veio após Klara escrever uma carta aberta sobre ter sido estuprada, gestado uma criança e a entregado para a adoção.

"Sério, não dá pra você fazer um exame nesses hospitais que todos seus dados são expostos! Sai na mídia tudo e qualquer m**** de um lugar que é pras pessoas se sentirem acolhidas e protegidas! Vão se f**** Nós não somos animais, parem de tratar as pessoas sem humanidade nenhuma", publicou Luísa Sonza.

"Precisa existir uma lei severa de ética de médicos, enfermeiros e todos que trabalham em hospitais. É desumano você já estar passando por momento delicado e ainda ter que aguentar esse inferno de mídia e de sociedade. E isso ainda ser divulgado por quem deveria estar te protegendo."

A cantora ainda acrescentou saber que já existem leis que tentam proteger os dados dos pacientes, mas apelou pela severidade da normativa. "É no hospital ficamos no estado mais frágil e vulnerável que um ser humano pode ficar. Isso tem que ser levado a Sério. É sobre humanidade", disse ela.

Antes, a cantora já havia demonstrado apoio à atriz.

"Meu coração tá partido lendo o relato da Klara Castanho. Te envio todo meu amor e toda e te desejo toda a luz e amor do mundo pra você passar por tudo isso. Conte comigo."

O relato de Klara Castanho veio à público após a apresentadora Antonia Fontenelle dizer em uma live que "uma atriz global de 21 anos teria engravidado e doado a criança para adoção". "Ela não quis olhar para o rosto da criança", afirmou Fontenelle.

Embora não tenha citado nominalmente Klara Castanho, os internautas imediatamente associaram a versão contada por Antonia à atriz.

Procurada por Splash, Antonia Fontenelle questionou apenas: "e o que eu tenho a ver com isso?". Nas redes, ela publicou um relato em que classifica a história de "monstruosa" e disse que a doação de uma criança seria "abandono de incapaz".

Apesar da apresentadora falar em abandono de incapaz, a "entrega voluntária para adoção" é um dispositivo legal, previsto na Lei 13.509 de 2017, a chamada "Lei da Adoção". O texto altera o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e dá as diretrizes para amparo de gestantes ou mães que queiram entregar crianças para adoção formal e legalizada por meio da Justiça da Infância e Juventude

Em uma carta aberta publicada no Instagram, Klara relatou que foi estuprada e engravidou, mesmo tendo tomado pílula do dia seguinte. Classificado por ela como "o relato mais difícil da minha vida", a famosa explicou que não queria tornar o assunto público, mas já que a adoção foi exposta, ela resolveu se pronunciar.

Castanho destacou que descobriu a gravidez ao passar mal e procurar um médico. Porém, o profissional que a atendeu não se solidarizou com sua dor e a violência sofrida, mesmo após revelar que foi estuprada.

Incapaz de criar um filho fruto de um estupro, Klara Castanho optou pela doação do bebê que gerou e fez todos os procedimentos legais. Entretanto, quando teve a criança, ela diz ter sido ameaçada por uma enfermeira, que quis levar o caso a público por meio da imprensa.

Ela diz ainda que não demorou para que jornalistas passassem a procurá-la, ainda no hospital, para questionar sobre a gravidez e a adoção, mas, ao explicar para eles que o filho foi fruto de uma violência, os repórteres se comprometeram em não publicar matéria a respeito. Até que o assunto ganhou força ontem no Twitter.

Famosas demonstraram apoio e solidariedade à atriz Klara Castanho ao longo do fim de semana.

A jornalista e ex-BBB Ana Paula Renault criticou a "divulgação maldosa" sobre a violência vivida pela jovem de 21 anos. "Quando uma decisão única e exclusiva da mulher passa a ser assunto público por divulgação maldosa e articulada de outra mulher, que não respeita nada nem ninguém, nos escancara o quão baixo e cruel o ser humano pode ser por ego e posicionamento político", escreveu, no Twitter.

Em vídeo publicado logo após a carta de Klara Castanho, a atriz Fernanda Nobre questionou: "Por que o aborto é mais condenável e passível de crítica do que a violência do estupro num corpo feminino? Por que quem é contra o aborto diz que é em prol, em defesa da vida? De que vida eles estão falando?", disse, citando dados de violência sexual no Brasil.