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Taís Araujo sobre censura de 'Medida Provisória': 'Brasil merece ver'

Alfred Enoch e Taís Araújo em "Medida Provisória" - Reprodução
Alfred Enoch e Taís Araújo em 'Medida Provisória' Imagem: Reprodução

Colaboração para Splash, no Rio de Janeiro

10/05/2022 10h25

Taís Araujo, grande estrela de "Medida Provisória" ao lado de Albert Enoch, comenta a censura que o filme - primeiro dirigido por Lázaro Ramos - sofreu no Brasil e enfatiza a importância do debate sobre a obra.

"Acho que o filme sofreu (censura) sim, mas ainda bem que foi liberado, porque o Brasil merece ver e discutir esse assunto. Esse filme, quando a gente filmou, era 2018... Enfim, nada do que a gente está vivendo hoje, essa tragédia não existia. A gente chamava de um futuro distópico, o que dá muito medo porque parece que essa distopia está se aproximando muito", analisa, em entrevista à "Vogue".

A atriz elogia a direção do marido no longa e como um assunto sério é abordado com leveza por Lázaro. "É um filme que tem muito a identidade de direção do Lázaro, de começar meio leve como comédia e, quando você vê, não tem nada de engraçado, a situação é dramática, é trágica. E aí ele chama a gente para conversar, mas de uma maneira afetuosa", destaca.

Marielle Franco

Taís foi responsável por interpretar Marielle Franco no especial da Globo "Falas Negras" e admite que encontrou dificuldades em falar sobre a vereadora, que foi assassinada. "Tinham tantas personagens e eu perguntei: 'Cara, por que vai bater Marielle para mim? Que pra mim é o mais difícil?' Tinham, personagens que a gente só vê em livros de história, sabe? Que você faz uma pesquisa, você pode criar. Mas, agora, uma pessoa que a gente fala todo dia, que é uma dor nossa... É muito difícil você fazer uma pessoa que é muito viva na memória das pessoas", conta.

A artista também confessa que não é muito fã de sair da zona de conforto, mas sempre dá o seu melhor. "Interpretar isso é difícil. Eu topo fazer umas coisas que me levam para o desespero. As pessoas acham que eu sou corajosa, desbravadora...mas eu sou mó medrosa. Mas, acho que foi um trabalho importante, me orgulho muito dele", afirma.