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Músico da banda Bixiga 70 nega violência doméstica: 'Não sou agressor'

O músico Mauricio Fleury, tecladista e guitarrista da banda Bixiga 70 - Reprodução
O músico Mauricio Fleury, tecladista e guitarrista da banda Bixiga 70 Imagem: Reprodução

De Splash, em São Paulo

07/05/2022 16h43

Maurício Fleury, 40 anos, tecladista da banda paulistana Bixiga 70, se defendeu de acusações de agressão física e abuso psicológico. A denúncia foi feita pela DJ e editora de vídeos Giuliana Nunez, 32 anos. Eles mantiveram um relacionamento por seis anos, de 2015 a 2021.

Segundo o relato de Giuliana a Universa, o músico a teria agredido e estrangulado. Em publicações no Twitter, o músico negou ter agredido a ex-companheira e anunciou que vai se afastar da banda Bixiga 70 para se "concentrar na melhor maneira de exercer o direito de defesa."

"Em relação às denúncias que vieram a público nos últimos dias, são fruto de uma relação extremamente conturbada e tóxica, com erros de ambas as partes, mas não posso, porém, diante da exposição, deixar de me manifestar e dizer que não cometi os crimes dos quais estou sendo acusado. [...] Não sou agressor e não sou agressivo, nunca tive nenhum caso de violência, contra ninguém, em toda a minha vida", escreveu Maurício.

Maurício, inclusive, não é o primeiro integrante da banda paulistana a ser afastado após uma denúncia. Em 2014, o percussionista Gustávo Cek, cofundador da Bixiga 70, foi alvo de denúncias de abuso sexual por mulheres que teriam se relacionado com ele. O grupo afastou o músico três anos depois, em 2017, quando as denúncias ganharam corpo no blog "Bandas brasileiras com denúncias de atitudes machistas", que na época fazia exposição de casos envolvendo músicos e que, hoje, está fora do ar.

Apesar das denúncias nas redes sociais, não houve inquérito para apurar as alegações contra o percussionista, que não foi alvo de nenhum processo judicial sobre o episódio.

"Na esperança de não decepcionar amigos, amigas e admiradores do meu trabalho, quero comunicar que resolvi me afastar da banda Bixiga 70 e, que irei me concentrar na melhor maneira de exercer meu direito de defesa, sem incorrer na revitimização das pessoas envolvidas no processo, sem invalidar a dor de ninguém, nem alimentar ou aumentar a cultura do ódio que move as discussões em redes sociais", finalizou o tecladista.

Confira a publicação de Maurício Fleury na íntegra:

Primeiramente, gostaria de falar que, apesar do desconforto de ser eu o alvo da denúncia, defendo a importância de se garantir o direito de que todas as mulheres possam ter sua narrativa pública sobre o que viveram. Me coloco aqui à disposição para ouvir e aprender, mas gostaria também de ter o direito de ser ouvido e de me defender — sem desqualificar ninguém e nem fugir do que for de minha responsabilidade.

Em relação às denúncias que vieram a público nos últimos dias, são fruto de uma relação extremamente conturbada e tóxica, com erros de ambas as partes, mas não posso, porém, diante da exposição, deixar de me manifestar e dizer que não cometi os crimes dos quais estou sendo acusado. É importante dizer que, da minha parte, sempre busquei o diálogo, mesmo depois da separação, tentando encontrar um caminho decente, e respeitoso, para ambos e cedendo em diversos pontos por entender que dessa forma poderíamos encontrar um desfecho positivo para nosso relacionamento.

Não sou agressor e não sou agressivo, nunca tive nenhum caso de violência, contra ninguém, em toda a minha vida. É necessário dizer que, assim como nunca quis expô-la negativamente durante a relação, também agora não irei entrar em confito de narrativas expondo publicamente fatos e situações de nossa vida. Desejo apenas elucidar o ocorrido para que ambos possamos seguir nossas vidas em paz.

Por último, na esperança de não decepcionar amigos, amigas e admiradores do meu trabalho, quero comunicar que resolvi me afastar da banda Bixiga 70 e, que irei me concentrar na melhor maneira de exercer meu direito de defesa, sem incorrer na revitimização das pessoas envolvidas no processo, sem invalidar a dor de ninguém, nem alimentar ou aumentar a cultura do ódio que move as discussões em redes sociais.