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Amber diz que Johnny Depp a agrediu por ciúmes de cena com James Franco

Amber Heard relembra agressões de Johnny Depp - Presley Ann/Getty Images
Amber Heard relembra agressões de Johnny Depp Imagem: Presley Ann/Getty Images

Colaboração para Splash, em São Paulo

05/05/2022 17h49

Amber Heard voltou a depor nesta quinta-feira (5) no julgamento do processo de difamação contra o seu ex-marido, Johnny Depp. Na ocasião, a atriz de "Aquaman" relatou as vezes que o artista a agrediu quando sentia ciúmes.

Conforme a agência de notícias Reuters, Amber contou que Depp ficou chateado quando soube que ela havia beijado o ator James Franco para uma cena no filme "The Adderall Diaries", em 2015.

Na ocasião, de acordo com ela, o casal estava a bordo de um avião particular quando ele a chamou de "vagabunda" e perguntou o que Franco "fez com meu corpo". Ela disse ainda que Depp cheirava a "erva" e álcool.

Heard disse que trocou de assento várias vezes durante o voo enquanto o ex-marido arremessava cubos de gelo e outros utensílios contra ela. Em certo momento, ele veio atrás dela e a chutou nas costas. Conforme a atriz, seguranças que estavam no avião não fizeram nada para ajudá-la.

"Eu fiquei constrangida que ele pudesse me chutar ao chão na frente de outras pessoas", afirmou.

Ainda durante o depoimento, a atriz relatou que Depp a acusou de flertar com alguém no baile Met Gala, em Nova York. No quarto de hotel do casal após o evento, ele teria a empurrado e os dois protagonizaram um confronto físico.

"Em algum momento, ele me bateu no rosto e eu achei que tinha quebrado o nariz", relembrou.

A atriz disse ainda que tentou por mais de um ano manter as coisas calmas, não reagindo às acusações ou agressões de Depp. "Nada que eu fiz o fez parar de me bater", afirmou Heard.

Entenda o caso

Johnny Depp foi substituído em "Animais Fantásticos 3" após perder um processo para o jornal britânico "The Sun". A publicação o chamou de "espancador de esposas", lembrou a revista Vanity Fair.

A justiça considerou que a manchete era "substancialmente verdadeira" após o jornal apresentar 14 relatos de abusos da ex-mulher do ator, a atriz e modelo Amber Heard, 35.

Os advogados de Amber Heard defenderam que, durante o casamento, Johnny Depp virava um "monstro" pelo consumo de drogas e álcool, com "ataques de raiva" que terminaram em agressões verbais, físicas e sexuais.

O julgamento está em andamento nos EUA. A defesa da modelo relatou várias cenas de violência, principalmente em março de 2015 na Austrália, onde Depp filmava o quinto episódio de "Piratas do Caribe".

"Esse monstro aparecia quando bebia ou usava drogas", acrescentou a advogada Elaine Bredehoft, mencionando coquetéis de álcool, medicamentos, cocaína, ecstasy e cogumelos alucinógenos.

O que motivou o julgamento

Ambos se acusam de difamação desde que ela publicou no jornal The Washington Post um artigo em que se descreve como uma "figura pública que representa a violência doméstica". "Eu falei contra a violência sexual e enfrentei a ira de nossa cultura. Isso tem que mudar", diz o texto de 2018.

A atriz não cita em nenhum momento Depp. Mas o ator a processou por difamação por insinuar que ele era um agressor. Ele pede US$ 50 milhões (R$ 233 milhões) em danos.

Após a publicação da coluna, Depp, que nega a agressão, entrou com uma ação de difamação contra Amber. A atriz, por sua vez, entrou com um processo de difamação em que pede US$ 100 milhões (R$ 466 milhões) pela continuação dos "abusos" e "assédio" que Depp lhe impôs durante o casamento.

O ator entrou com a ação no estado da Virgínia, onde o Washington Post é impresso e onde o marco legal é mais favorável às denúncias de difamação do que na Califórnia, onde os dois atores residem. Os pedidos da atriz para que o processo fosse arquivado foram negados.

Os dois devem testemunhar com os atores James Franco, Paul Bettany e o magnata Elon Musk. O julgamento deve durar seis semanas.

Este caso se pauta principalmente na "Primeira Emenda" da Constituição, que confere a Amber Heard "o direito de dizer as palavras que disse", respondeu Rottenborn, e pediu ao júri que "confirme e proteja" esse direito.