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Preso no RJ, suspeito de ataque à Porta dos Fundos tentará cela especial

Suspeito de ataque à sede do Porta dos Fundos, Eduardo Fauzi tentará cela especial na prisão - Reprodução/YouTube
Suspeito de ataque à sede do Porta dos Fundos, Eduardo Fauzi tentará cela especial na prisão Imagem: Reprodução/YouTube

Tiago Minervino

Colaboração para Splash, em Maceió

04/03/2022 10h42

O empresário Eduardo Fauzi, suspeito de fazer parte do grupo que atacou a sede da produtora Porta dos Fundos em 2019, está preso no Presídio José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e tentará ser encaminhado para uma cela especial.

Fauzi desembarcou na noite de ontem no Rio de Janeiro, após ter sido extraditado da Rússia para o Brasil, acompanhado por dois agentes da Interpol.

A Splash, os advogados do empresário confirmaram que o empresário ainda não fez nenhuma declaração oficial e que o próximo passo será pedir seu encaminhamento para uma cela especial, devido ao fato de Fauzi possuir ensino superior completo — ele é formado em economia.

"Já encaminhamos a documentação necessária ao Frederico Marques (diploma de terceiro grau) e outros [papéis necessários], para transferi-lo para [uma cela] especial", disseram os advogados Bruno Ribeiro e Diego Rossi.

Eduardo Fauzi estava preso na Rússia desde setembro de 2020, quando foi detido no Aeroporto Internacional de Koltsovo, a 1.786 quilômetros de Moscou, capital russa. A extradição do brasileiro foi autorizada em janeiro deste ano, e ontem ela foi executada.

A Splash, a defesa do empresário contou que aguardará deliberação do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) "sobre eventual denúncia a ser formulada, assim como a reavaliação da prisão preventiva do Eduardo pela Justiça estadual".

A dupla salientou que tentará afastar a possibilidade de que Eduardo seja indiciado pelo crime de tentativa de homicídio por dolo eventual e que "lutará para que ele responda pelo crime que cometeu e se cometeu".

Na Rússia, Eduardo Fauzi morou com a mãe de seu filho, até ser descoberto pela Interpol e, posteriormente, preso pelas autoridades daquele país. Na ocasião, a defesa do suspeito alegou que ele havia viajado a fim de encontrar um amigo. O empresário chegou a pedir asilo, mas a Rússia não aceitou.

Relembre o caso

Eduardo Fauzi faz parte do grupo suspeito de realizar um atentado na sede do Porta dos Fundos, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, na véspera de Natal de 2019. O prédio foi alvo de bombas e chegou a ter um princípio de incêndio, que foi controlado.

Eduardo Fauzi foi reconhecido em uma das gravações de câmeras de segurança que captaram a ação. Ele teve mandado de prisão expedido pela Justiça, mas viajou para Moscou um dia antes. A Polícia Civil, então, pediu para incluir o nome dele na lista de foragidos da Interpol.

No mês passado, o TRF2 (Tribunal Regional Federal da 2º Região) alterou a tipificação do crime que o empresário foi acusado.

Na ocasião, a defesa de Fauzi disse que o habeas corpus aceito pedia "para afastar o crime de terrorismo sustentado pelo MPF, afastar a competência da justiça federal, anular todos os atos e extinguir a ação penal em trâmite na JFRJ."

Em janeiro deste ano, a Procuradoria-Geral Russa havia autorizado a extradição de Fauzi, que estava preso na Rússia desde setembro de 2020.