De nudes a nazismo, 7 incêndios que Elizabeth 2ª apagou em 70 anos de coroa

Elizabeth 2ª completa hoje 70 anos como rainha. Atualmente com 95 anos de idade, ela se tornou a rainha do Reino Unido e de mais uma série de domínios, incluindo Canadá, Austrália e Nova Zelândia aos 25, após a morte de seu pai, o rei George VI, no dia 6 de fevereiro de 1952.

Elizabeth 2ª virou rainha enquanto estava no Quênia em uma turnê internacional. As notícias foram passadas a ela por seu marido, o príncipe Philip, que morreu no ano passado aos 99 anos, após mais de sete décadas a seu lado.

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A coroação, no entanto, só aconteceu em 2 de junho de 1953. Por isso, o dia de hoje não deve ser celebrado pela monarca, ainda mais tratando-se da data que também marca o 70º aniversário de morte de seu pai. Mas haverá quatro dias de eventos nacionais para marcar seu Jubileu de Platina em junho.

Rainha por acaso

Ironicamente, Elizabeth não era destinada a ser monarca desde seu nascimento, e apenas se tornou rainha por conta da abdicação de seu tio, Edward 8º, para se casar com a norte-americana divorciada Wallis Simpson.

Ainda em 2015, ela ultrapassou sua tataravó Victoria como a monarca mais longeva em uma linha de sucessão que se estende desde o rei normando William 1º e sua conquista da Inglaterra em 1066.

Em sete décadas de reinado, Elizabeth 2ª passou por muitas crises e desafios para proteger a imagem da família real.

Separamos sete momentos polêmicos que a rainha teve de enfrentar:

7 - A rainha que não chora

A postura de Elizabeth 2ª no desastre de Aberfan, em 1966, deixou a rainha marcada como uma pessoa fria, apesar de ter sido um dos únicos momentos em que a monarca se permitiu ir às lágrimas, ainda que discretamente.

Em 21 de outubro de 1966, 116 crianças e 28 adultos foram soterrados pela lama após um deslizamento de uma mina na cidade do País de Gales.

Em vez de ir pessoalmente ao local da tragédia, Elizabeth mandou seu marido Philip como representante. Dado o tamanho da tragédia, ela acabou visitando as famílias das vítimas, mas apenas oito dias depois do ocorrido.

Até hoje, a demora em visitar o local é retratada como um dos maiores arrependimentos da rainha, que voltou outras quatro vezes na escola de Aberfan para homenagear as vítimas. O episódio é retratado na 3ª temporada da série "The Crown".

6 - Os "nudes" da família real

Elizabeth 2ª já teve de contornar situações desconfortáveis em que integrantes da família real apareceram sem roupa. O primeiro deles data dos anos 1970, quando a sua irmã, a Princesa Margaret, teria sido fotografada nua pelo então marido, o fotógrafo Antony Armstrong Jones.

As fotos estariam armazenadas nos cofres do banco londrino Lloyds Bank, que sofreu um assalto e teve seus cofres arrombados. As fotos estariam entre os objetos que sumiram da agência e até hoje não se sabe como a rainha fez para evitar que elas vazassem, já que as imagens nunca foram divulgadas.

Décadas depois, em 2012, foi a vez do neto —o Príncipe Harry— aparecer como veio ao mundo em uma festinha em um quarto de hotel em Las Vegas. O mundo inteiro viu o príncipe pelado e, como castigo, Harry foi enviado ao Paquistão para atuar com a Força Aérea Britânica.

No mesmo ano, mais um problema para Elizabeth 2ª contornar: a duquesa Kate Middleton, esposa do Príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono real, foi fotografada de topless durante férias na França. As fotos foram publicadas pela revista Closer e, cinco anos depois, a família real ganhou um processo contra a revista.

5 - Puladas de cerca de Philip

Outro assunto incômodo que ronda a monarca desde antes de seu casamento com Philip são as supostas traições do Príncipe, que morreu no ano passado, aos 99 anos. O primeiro boato data de 1948, quando o Duque de Edimburgo teria se encontrado com a dançarina Patricia Kirkwood em seu camarim e saído para jantar com a mulher.

Outra mulher frequentemente apontada como suposta amante do Princípe Philip foi a bailarina russa Galina Ulanova, que fez parte do balé Giselle, em Londres. Na série "The Crown", Elizabeth chega a encontrar uma foto da bailarina em meio aos pertences pessoais do marido.

Apesar dos boatos, Philip sempre negou a infidelidade. Em 1992 o Príncipe chegou a fazer uma declaração sobre o assunto durante uma entrevista. "Meu Deus, por acaso você já parou pra pensar que, por anos, eu nunca saí sem um policial me acompanhando? Como eu conseguiria me safar de uma coisa dessas?"

4 - Princesa Diana

Um dos maiores escândalos da família real foi a morte da Princesa Diana, em 1997. Mas os problemas com a esposa do Príncipe Charles, primeiro na linha de sucessão ao trono, começaram muito antes.

Diana não aceitava o casamento a três, já que sabia desde antes do casamento do caso de Charles com Camila Parker-Bowles, atual esposa do príncipe.

Em 1995, quando já estava fisicamente separada do marido, a princesa concedeu uma entrevista à BBC sem a permissão da família real onde expôs que a família do marido não gostava dela e que não via Charles assumindo o trono, já que ele considerava isso um fardo.

Furiosa, a rainha escreveu uma carta para a nora dizendo que aceitava o divórcio. Até hoje teorias nunca comprovadas tentam ligar a família real à morte de Diana.

3 - Nazismo

Em 2005, Harry usou uma fantasia de nazista com uma suástica em uma festa no Reino Unido. Ao contrário das outras gafes da monarquia britânica, o escândalo tomou proporções diplomáticas.

Políticos, líderes de instituições judaicas, especialistas em família real e até escritores criticaram a atitude de Harry. A polêmica foto de Harry foi publicada pelo tabloide "The Sun", o jornal mais vendido do Reino Unido.

A suástica no braço de Harry, na época com 20 anos e terceiro na linha de sucessão ao trono, não foi o único caso que ligou a família aos nazistas.

O rei Edward, irmão de George 6º, que abdicou ao trono e se tornou o Duque de Windsor, seria um simpatizante nazista. Além disso, a irmã do príncipe Philip tinha relação com nazistas e o príncipe chegou a confraternizar com nazistas no funeral dela.

2 - Saída de Harry e Meghan da família

O duque e a duquesa de Sussex —o príncipe Harry e sua mulher, Meghan Markle— anunciaram em janeiro de 2020 que se afastariam aos poucos das funções da Família Real. O casal abriu mão de alguns privilégios e foi morar nos Estados Unidos, terra natal de Meghan.

Em março do ano passado, o casal deu uma entrevista bombástica a Oprah Winfrey. Na conversa, Harry e Meghan fizeram revelações que mexeram com o Palácio de Buckingham, a imprensa britânica e, até mesmo, com a política do Reino Unido.

Meghan contou que um integrante da realeza discutiu sobre o tom de pele de Archie, que queria ajuda psicológica e seu pedido foi negado. Harry mostrou medo da história com a mãe, a princesa Diana, se repetir, e disse que a relação com o pai, o príncipe Charles, está cortada.

Quando o Príncipe Philip morreu, em abril, Harry foi sozinho ao funeral do avô, sem a companhia da esposa Meghan Markle.

1 - Príncipe Andrew perde os títulos reais

A última bomba da família real envolve o Príncipe Andrew, terceiro filho da rainha e considerado o favorito dela.

Em janeiro, o príncipe perdeu seus títulos militares e não poderá mais ser considerado "alteza real". A decisão veio após a Justiça dos EUA negar o arquivamento de uma denúncia por abuso sexual.

Os primeiros sinais de afastamento de Elizabeth e Andrew surgiram em 2019, ano em ele abandonou as funções públicas dias após dar uma entrevista falando sobre a amizade com Jeffrey Epstein, preso após ser acusado de explorar menores sexualmente.

*com informações da Reuters, Folha de S. Paulo e Aventuras na História