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'Eduardo e Mônica' levou Alice Braga a ter moto e Leone a voltar aos 16

Cena de "Eduardo e Mônica" - Reprodução
Cena de 'Eduardo e Mônica' Imagem: Reprodução

Fernanda Talarico

De Splash, em São Paulo

08/01/2022 04h00

"Eduardo e Mônica" chegará aos cinemas do Brasil em 20 de janeiro e, dirigido por René Sampaio, contará a história que ficou marcada no imaginário brasileiro ao ser cantada pela banda Legião Urbana. Lançada em 1986, a canção fala sobre a relação de um casal, Eduardo e Mônica, que supera as diferenças e se entrega ao amor. Na narrativa criada por Renato Russo, Eduardo tinha 16 anos e, apesar não dizer a idade de Mônica, é possível imaginar que ela fosse mais velha, afinal, já estava se formando em medicina.

No cinema, os personagens são vividos por Gabriel Leone, 28, e Alice Braga, 38. Então, a caracterização do ator para viver alguém tão mais novo foi algo em que a produção investiu bastante, para assim convencer o público de que se tratava de um adolescente. Em entrevista a Splash, os protagonistas falaram sobre a montagem física do personagem.

"Ele estava assustadoramente perfeito de 16 anos, e tinha 26 na época, não é?", questionou Alice. "Não, eu tinha 16!", brincou Leone.

Eu tinha 25 anos e usava um aparelho que era uma prótese, encaixava nos dentes. E eu já tinha usado aparelho com 16 anos, sabia como era.

"No início, a produção chegou a ver a possibilidade de eu usar dois, a parte de cima e parte de baixo, mas eu ficava com um bocão enorme e isso prejudicava a minha fala. Então optamos por usar só a parte de cima", explica o ator. "Mas o aparelho era parte fundamental para me ajudar, porque, por mais que eu tivesse feito um longo trabalho de composição de corpo, a caracterização me ajudou. Até colocamos espinhas, foi demais."

Alice Braga conta ter ficado tão impressionada que mandava fotos de Leone para os amigos que têm em comum. "Todos ficavam chocados!".

Primeiro pôster de 'Eduardo e Mônica' - Divulgação - Divulgação
Primeiro pôster de 'Eduardo e Mônica'
Imagem: Divulgação

Por se tratar de uma personagem que já passou pela puberdade, a atriz não precisou mudar o seu físico ao interpretar Mônica. No entanto, ela se viu obrigada a aprender algo novo em sua vida.

"Eu não andava de moto!", revela Braga ao lembrar de um fato sobre a Mônica que é até mesmo dito na letra da música do Legião Urbana. "E estava muito nervosa quanto a isso, porque é uma característica muito específica dela, e eu queria ser uma coisa única com a moto, então queria estar firme e segura."

Eu fiz muitas aulas de moto, aprendi e hoje eu até mesmo tenho uma moto minha!

Imaginário Popular

"Eduardo e Mônica" é um dos filmes mais aguardados entre aqueles que amam as canções de Renato Russo, e há muito se especulava sobre a possibilidade de transformar a música em filme — assim como aconteceu com "Faroste Caboclo", também dirigido por René Sampaio. Tentativas chegaram acontecer, como um comercial de uma companhia de celulares e alguns diferentes vídeos no YouTube. No entanto, esta é a primeira vez que o cinema acompanha esses personagens.

René Sampaio e equipe durante as gravações de 'Eduardo e Mônica' - Janine Moraes/Divulgação - Janine Moraes/Divulgação
René Sampaio e equipe durante as gravações de 'Eduardo e Mônica'
Imagem: Janine Moraes/Divulgação

"Para mim foi maravilhoso fazer esse filme", conta a atriz sobre a experiência. "Eu cresci ouvindo essa música, e, gostando ou não de Legião, 'Eduardo e Mônica' passa pela vida de todo mundo em algum momento, seja em uma pista de dança, no rádio do carro ou na casa de um amigo". Para ela, "todo mundo já encenou alguma forma de 'Eduardo e Mônica"

Foi uma honra, porque ela é uma personagem que está no imaginário popular brasileiro e da música pop brasileira.

Cena do filme 'Eduardo e Mônica' - Janine Morais/Globo Filmes/Divulgação - Janine Morais/Globo Filmes/Divulgação
Cena do filme 'Eduardo e Mônica'
Imagem: Janine Morais/Globo Filmes/Divulgação

Além disso, para a atriz, "lançar um filme como este, e falar de cinema brasileiro, falar de amor, sobre diferenças, esperança e encontros me deixa muito feliz". "Ele é do Brasil para o Brasil, mas como o assunto é amor, o filme rompe barreiras, tanto que pessoas que assistiram em Miami [EUA], em festival, se conectaram, mesmo não sendo brasileiras. Isso é o lindo do amor, você fala com todo mundo!"

Já Gabriel Leone enxerga um tipo de compromisso em interpretar Eduardo. "Vamos eternizar esses ícones, e isso é muita responsabilidade. Tem um peso e uma honra."

Criação Coletiva

Gravado em 2018, os atores contam com bastante carinho sobre todo o processo de produção do filme.

"Colocamos muito amor nesta produção", diz Braga. "Foi um set com muito amor e colaborativo. Desde o figurino, com a minha relação com a figurinista, que tentamos entender o quão roqueira era a Mônica, para criar esse imaginário que todos temos dela, até a relação da Mônica com a arte, que veio do nosso diretor de arte, Thiago Marques, que me ajudou a criar esse universo."

Eu entrei nesse projeto apaixonada pelo ator Gabriel Leone, e fui me apaixonando cada dia mais por esse Eduardo. A gente precisava contar essa história todos juntos.

"E o Gabriel virou um norte para mim de atuação, ele dava muita ideia boa sobre coisas que a Mônica poderia fazer, sobre o instinto dela. Para mim, o projeto todo mora no meu coração", conclui Alice Braga.

O amor de Eduardo e Mônica tem como objetivo emocionar o público - Reprodução - Reprodução
O amor de Eduardo e Mônica tem como objetivo emocionar o público
Imagem: Reprodução

O colega de elenco também não poupou elogios à atriz. "Eu já era muito admirador do trabalho dela e, desde que nos conhecemos, pegamos um na mão do outro e sabíamos que a história dependia da gente e da nossa relação. Por isso nem fizemos força, a gente se amou e foi assim ao longo do processo."

As filmagens aconteceram em Brasília (DF) e levaram a todos os integrantes da equipe a conviver por três meses, entre ensaios e gravações. Por isso, segundo Leone, todos se tornaram uma espécie de "família", que torcia de diferentes maneiras pelos personagens. "Cinema tem essa característica", explica o ator.

Filmamos com duas câmeras e, em um dado momento do filme, o nosso diretor de fotografia que me seguia com a câmera, começou a torcer pelo Eduardo. E o mesmo aconteceu com o câmera que fazia os closes da Alice. Todos se envolveram muito.

Ao final da conversa, ficou claro que toda a união e colaboração tinha apenas um objetivo: emocionar o público. "Você chorou?", perguntou Braga. "Por que eu chorei!"