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OPINIÃO

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Do colonialismo ao fuxico: livros para conhecer a família real britânica

Luke MacGregor/Reuters
Imagem: Luke MacGregor/Reuters

Colunista do UOL

09/04/2021 14h55

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Morreu o príncipe Philip. 2021 e não só temos famílias reais pelo mundo, mas muita gente ainda dá bola para isso. Impressionante.

Há quem me peça dicas de livros sobre a realiza britânica. Posso tentar, mas olho com muita desconfiança para quase tudo o que nos chega. Tal família é boa de marketing, controla bem a forma como sua imagem é vendida, consegue até transformar numa simpática e fofa vovó a mulher à frente de uma das linhagens com mais mortes na conta ao longo dos séculos.

Muito do que encontramos por aí sobre a família foca principalmente em intrigas palacianas, hábitos peculiares, excentricidades cafonas, tradições mofadas e conspirações. Até livro sobre as vestimentas da rainha existe ("Dressing the Queen", de Angela Kelly, no caso).

Títulos como o bem-conceituado "Diana - Sua Verdadeira História Em Suas Próprias Palavras" (Best-Seller) e "Meghan - A Princesa de Hollywood que Conquistou a Inglaterra" (Seoman), ambos de Andrew Morton, podem ser caminhos interessantes para quem quer futricar a família pela perspectiva de duas mulheres que mexeram nas estruturas da tal realeza.

Tido como livro fundamental sobre o assunto, "A Família Real - A Biografia Não Autorizada da Família Real Inglesa" (Record) já acena em seu título para as polêmicas, para o bisbilhotar Elizabeth II através da fechadura. Com revelações a respeito do sexo e do consumo de drogas lícitas dentro do palácio, a obra escrita em 1997 virou best-seller nos Estados Unidos e foi proibida na Inglaterra. Em matéria para o El País, a jornalista espanhola María Porcel avaliou o trabalho como "cuidadosamente documentado" e o considerou "a grande bíblia para entender a família".

Agora, para ter uma dimensão mais ampla do que significa essa realeza, é importante olharmos pelo menos para um passado próximo (coisa de cem, duzentos anos pra trás) para entendermos o que, de fato, simbolizam. Se Elizabeth II e seus pares reivindicam a linhagem, a tradição histórica e as mordomias, pegam para si também as muitas barbaridades cometidas pelos seus predecessores.

Nesse ponto, três livros podem contribuir para que o leitor tenha uma dimensão do quanto que há de sangue ainda fresco nas mãos dos nobres britânicos: "Vitória, A Rainha - Biografia Íntima da Mulher que Comandou um Império", de Julia Baird (Objetiva), "Esta Noite a Liberdade", de Dominique Lapierre e Larry Collins, e "Dias na Birmânia", de George Orwell.

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