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Ela já odiou o apê, mudou tudo e hoje é só paixão: 'Fiz as pazes com ele'

Há 20 anos no apartamento, Ana Feitoza passou por um processo que foi de odiá-lo a amá-lo - @isarolim_fotoarq
Há 20 anos no apartamento, Ana Feitoza passou por um processo que foi de odiá-lo a amá-lo Imagem: @isarolim_fotoarq

Carol Scolforo

Colaboração para Nossa

10/11/2022 04h00

Quando Ana Carolina Correia Lima Feitoza chegou a este apartamento, 20 anos atrás, tinha uma relação de ódio com ele. "Simplesmente não suportava morar aqui", lembra. Mas o que será que aconteceu para que isso se transformasse em paixão? Ela, formada em Direito, sem saber começou uma jornada que levou a essa resposta.

"Sempre quis cursar Design", ri. Apaixonada por pequenas transformações caseiras, sempre que via o dinheiro faltar, a criatividade transbordava nos "faça-você-mesmo". E um curso abriu os olhos dela para algo maior: o vínculo com o lar podia ser fortalecido por meio dessas mudanças mínimas, mas constantes.

"A partir de um período em que me dediquei à reconexão com meu apartamento, fiz as pazes com ele e vi o potencial que tinha ali. Descobri que ele "estar bem ou não" era reflexo do meu interior", ela conta. Depois disso, uma pós-graduação em um curso de Neuroarquitetura se somou a outros estudos e ela entendeu na prática que tudo seria uma questão de colocar esforços a fim de tornar aquele o melhor lugar do mundo.

"Tudo isso me levou a contar minha história nas paredes e nos elementos que estão aqui. Hoje quem entra nos conhece só de olhar para nossa decoração", diz ela, apontando arte popular, placas e outros objetos que guardam referências importantes para sua vida.

Hoje, as paredes são repletas de objetos com memória afetiva - @isarolim_fotoarq - @isarolim_fotoarq
Hoje, as paredes são repletas de objetos com memória afetiva
Imagem: @isarolim_fotoarq

Viva o hoje

"Aprendi que quando você deixa para amanhã, passam cinco anos e você não faz", ri. E doeu para chegar a essa lição. A cozinha mesmo, "estava um horror" segundo Ana, precisando de uma reforminha que sempre era deixada para depois. Bastou um influencer se interessar em mostrar o apê no canal de vídeo que ela tanto admirava e veio o empurrão: em dois dias ficou pronta.

A cozinha de Ana: reformada em dois dias - @isarolim_fotoarq - @isarolim_fotoarq
A cozinha de Ana: reformada em dois dias
Imagem: @isarolim_fotoarq
E detalhes da decoração, como as plaquinhas na parede - @isarolim_fotoarq - @isarolim_fotoarq
E detalhes da decoração, como as plaquinhas na parede
Imagem: @isarolim_fotoarq

"Eu me pego admirando muitas vezes cada cantinho daqui. Quando você faz algo na sua casa, sua vida muda, tenho certeza disso", afirma. Desde a pandemia, ela, já formada em Design de Interiores, dá consultorias online para quem quer fazer uma transformação na prática.

"Acho bacana fugir dos móveis planejados e poder mudar o mobiliário de lugar, isso muda o astral da casa. Minha consultoria leva soluções rápidas para melhorar a relação do morador com a casa", conta.

O balanço é um dos destaques da sala - @isarolim_fotoarq - @isarolim_fotoarq
O balanço é um dos destaques da sala
Imagem: @isarolim_fotoarq
Que também é o espaço da urban jungle - @isarolim_fotoarq - @isarolim_fotoarq
Que também é o espaço da urban jungle
Imagem: @isarolim_fotoarq

Para ela, mudanças simples como uma pintura, uma imagem da natureza ou plantas condizentes com o estilo de vida da pessoa já ajudam a melhorar essa relação. "Tantas vezes acreditamos que trocar toda a decoração ficaremos satisfeitos, e não é sobre isso. Vemos casas bonitas, mas sem emoção, justamente por isso."

No perfil @sehabitar, ela, de João Pessoa, na Paraíba, mostra essa relação interessante entre "habitar-se para habitar a casa", sabendo o que preenche o morador para só depois preencher a casa.

O apego à casa dependeu de uma autodescoberta de Ana - @isarolim_fotoarq - @isarolim_fotoarq
O apego ao apartamento dependeu de uma autodescoberta de Ana
Imagem: @isarolim_fotoarq

Dicas da Ana para dar personalidade à casa

Não tenha medo de errar. "Inspire-se no que vai lhe fazer bem. Busque o que tem a ver com você. Se errar, conserte. É muito bom o processo de se sentir capaz de fazer."
Pinte. "Formas orgânicas na casa são um bom jeito de começar. Depois alce novos voos para mudanças maiores. Assim você dá um novo olhar ao que tem."

Na cabeceira, forma orgânica pintada na parede - @isarolim_fotoarq - @isarolim_fotoarq
Na cabeceira, forma orgânica pintada na parede
Imagem: @isarolim_fotoarq

Faça arte. "Reúna objetos de uma mesma cor e faça uma instalação, por exemplo. Isso dá uma energia nova para a casa."
Manualidades: eleja as suas. "O artesanato local é sempre fundamental para valorizarmos nossa cultura, além de trazer cor e vida."

Peças de artesanato estão por todo o apê: 'Cor e vida" - @isarolim_fotoarq - @isarolim_fotoarq
Peças de artesanato no apê: 'Cor e vida"
Imagem: @isarolim_fotoarq
Detalhe do home office de Ana Feitoza - @isarolim_fotoarq - @isarolim_fotoarq
Detalhe do home office de Ana Feitoza
Imagem: @isarolim_fotoarq

Brinque com a sua criança interior. "Tenho um balanço na sala e toda vez que as pessoas vêm aqui ele vira uma atração. Uso muito, ele desestressa a gente em poucos minutos. Além disso, resgata nossa criança interior."

No balanço: resgate da criança interior - @isarolim_fotoarq - @isarolim_fotoarq
No balanço: resgate da criança interior
Imagem: @isarolim_fotoarq

@s que me inspiram

@erikakarpuk

"Ela me trouxe paz com a minha casa e me ensinou que a casa tem vida. Para ela ter saúde, eu preciso estar saudável, é uma relação de mão dupla"

@Lifebylufe

"Lufe quebrou o padrão de casa engessada e me abriu a mente para casas com histórias. Precisávamos de um canal grande com a importância de viver a casa que ensinasse o quanto viver a casa é mais intenso que morar nela"