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Conheça 7 padarias centenárias de São Paulo e planeje um tour pela história

Padaria Carrillo: desde 1912 entrega pães na Mooca Imagem: Jacqueline Brizida/Folhapress

Mônica Santos

De Nossa

27/10/2021 04h00

Está em curso o Padocaria SP, prêmio apresentado por Nossa que vai eleger as melhores padarias de São Paulo. Da votação que acontece até o próximo dia 30 (vote aqui nas suas preferidas), sairão as campeãs do júri e público, que está participando em massa para escolher suas padocas do coração.

A paixão dos paulistanos pelas padarias, no entanto, não é de hoje. Pelo contrário, essa paquera começou lá do Brasil Imperial. Até a segunda metade do século XIX, a produção dos pães era uma atividade típica das mulheres. Elas usavam farinhas de milho e de mandioca.

Já o apreço pelo trigo chegou com os imigrantes europeus. A partir de 1872, eles deram início aos pequenos comércios na região central da cidade. As primeiras padarias paulistanas surgiram capitaneadas por portugueses e italianos, que viram na tradição familiar de fazer pão uma oportunidade.

Santa Tereza, fundada em 1872 Imagem: Reprodução

Eles assavam e vendiam no próprio imóvel em que moravam e usavam carroças para fazer entregas em áreas mais distantes. Eram pães de fermentação natural, enormes, daqueles para serem consumidos ao longo de vários dias.

Algumas das padarias abertas no período resistiram ao tempo e se tornaram patrimônio da cidade. Confira a história, as fotos e onde fica cada uma delas:

Santa Tereza
1872

Santa Tereza: fundada no Brasil imperial Imagem: Vinicius Pereira/Folhapress

A mais antiga padaria em funcionamento da cidade ocupa um sobrado atrás da Catedral da Sé e foi fundada ainda no Brasil Imperial por imigrantes portugueses, as famílias Teixeira e Vaz.

Coxa-creme da Santa Tereza Imagem: Vinicius Pereira/Folhapress

Mudou de endereço e de proprietários, mas duas receitas se mantêm há mais de um século como ícones do lugar: a enorme coxa-creme e a canja. O piso superior, lindo e preservado, é uma viagem ao passado e funciona como restaurante.

Praça João Mendes, 150, Sé.

Padaria Italianinha
1896

Italianinha: aberta pelo mesmo dono da Basilicata Imagem: VINICIUS PEREIRA/Folhapress

Já se chamou Lucânia e funcionou na Rua do Glicério. Pertence à família Franciulli, também à frente da Padaria 14 de Julho. A fachada renovada há quatro anos remete à Toscana. Vende uma infinidade de antepastos, massas frescas e secas, vinhos... O forno, ainda mais antigo que a loja, assa diariamente pães recheados e filão, entre outras delícias.

Rua Rui Barbosa, 121, Bela Vista.

Padaria 14 de Julho
1897

Desde 1897 na Bela Vista Imagem: Alberto Rocha/Folhapress
Delícias italianas, como cannoli Imagem: Alberto Rocha/Folhapress

Alexandre Franciulli nasceu no imóvel em que funciona a padaria fundada pelo avô, o italiano Rafaelli Franciulli. No passado, saía aos montes o pão italiano tamanho-família, que pesa cerca de 4 quilos. "As famílias diminuíram e comprar pão todo dia ficou mais fácil", conta. Hoje ele assa até um minipão italiano sob medida para dois. Dois destaques: a variada vitrine de antepastos e a porchetta vendida por quilo.

Rua Quatorze de Julho, 92, Bela Vista.

Padaria Carillo
1912

Trieste e Trento foi o primeiro nome da Padaria Carillo, foto de 1912 Imagem: Arquivo pessoal

Na época da inauguração, o italiano Paschoal Carillo vendia seus pães pela cidade numa charrete. A entrega segue forte até hoje nesta padaria da região da Mooca comandada por Guilherme e Gabriel Carillo, bisnetos do fundador. Por ali, fazem sucesso filões e pães recheados como que leva torresmo. Curiosidade: o sistema da caderneta de papel ainda funciona para alguns fregueses longevos.

Rua Demétrio Ribeiro, 29, Cidade Mãe do Céu.

São Domingos
1913

O compositor Adoniran Barbosa em frente à padaria Imagem: Reprodução
A fachada da padaria na Bela Vista Imagem: Alberto Rocha/Folhapress

No fim dos anos 60, à época da construção do Minhocão, artistas, políticos e outros fregueses influentes somaram forças para barrar a desapropriação do imóvel — deu certo e o projeto do Elevado ganhou mais uma curva. É comandada pela quarta geração do fundador Domingos Albanese, italiano da Calábria que chegou à capital no fim do século XIX. Faz antepastos, afamados cannoli... É de lá também que saem muitos pães de linguiça e de provolone servidos em diversos restaurantes da cidade.

Rua São Domingos, 330, Bela Vista.

Padaria Lisboa
1913

A origem portuguesa é lembrada na fachada e na vitrine Imagem: Arquivo pessoal

Aberta por Joaquim Martins e Alfredo Martins, filhos de imigrantes portugueses, a padaria da Zona Leste acompanhou as transformações da cidade, inclusive no ambiente: nunca trocou de endereço, mas foram várias as reformas desde a sua abertura.

Comidas para o dia todo, como empadinhas Imagem: Vinicius Pereira/Folhapres

O estabelecimento tem mesinhas para refeições, serve café, almoço e ainda conta com uma extensa lista de sanduíches saídos da chapa e pizzas. A origem portuguesa é lembrada na vitrine, em doces como quindins e pasteis de nata.

Praça Silvio Romero, 112, Tatuapé.

Basilicata
1914

A fachada atual: local ganhou restaurante Imagem: Arquivo pessoal
A padaria antes da ampliação Imagem: Arquivo pessoal

Aberta pelo imigrante Filippo Ponzio, a casa está sob o comando da quarta geração do italiano. Em 2017, ampliou o ambiente para o imóvel ao lado, ganhando uma área de café, com mesinhas, e inaugurou um restaurante. O pão italiano redondo ou filão reina na vitrine de pães do lugar, que é um playground de gente grande: encontram-se uma grande variedade de queijos e embutidos, cannoli, sfogliatella, crostata e outros doces, bebidas e muitos ingredientes importados.

Rua Treze de Maio, 596, Bela Vista.

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