Padeiros franceses querem que baguete seja reconhecida pela UNESCO
De Nossa
25/02/2021 11h36
Farinha, água, sal e fermento dão origem a um dos alimentos mais antigos e importantes no mundo: o pão. Povos diferentes desenvolveram receitas distintas de acordo com as suas condições socioculturais.
Na França, a baguete ocupa um importante espaço de representação, podendo ser comparada até a Torre Eiffel, símbolo parisiense. Por esse motivo, a Confederação dos Padeiros Franceses apresentou um pedido para que o quitute seja reconhecido pela UNESCO como um "tesouro intangível".
O marcador de "patrimônio imaterial" da UNESCO — destinado a reconhecer tradições orais, artes performáticas, práticas sociais, rituais e métodos de artesanato tradicional — já abrange os métodos antigos de fazer pão achatado no Irã e no Cazaquistão.
Outros exemplos reconhecidos são as cervejas produzidas na Bélgica e a arte napolitana de girar a pizza.
De acordo com a CNN, os padeiros esperam que a entrada na lista proteja o know-how artesanal passado de geração em geração da industrialização em massa que oferece aos franceses versões congeladas preparadas em linha de montagem.
Para a classe, a compra direta de pequenos artesãos em padarias locais é um ritual que faz parte da tradição francesa.
A Ministra da Cultura da França fará a indicação ao presidente da UNESCO em março. Há outros dois concorrentes na disputa: a festa de vinho Biou d'Arbois, na região do Jura, e os telhados de chapa de zinco de Paris.
Proteção extra
Desde 1993, um decreto determina que as baguetes tradicionais devem ser elaboradas apenas com os quatro ingredientes da receita. A fermentação da massa também segue regras: deve durar de 15 a 20 horas a uma temperatura entre 4ºC e 6ºC.