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Com acúmulo de jogos, finais da Copa Davis têm programação até tarde

20/11/2019 18h15

Por Martyn Herman

MADRI (Reuters) - O calendário das finais da Copa Davis virou um caos nesta quarta-feira, já que, pelo segundo dia consecutivo, o desafio de colocar seis confrontos em um dia na Caja Mágica, em Madri, se mostrou quase impossível.

A ação de terça-feira foi concluída com a Espanha completando a vitória sobre a Rússia pouco antes das 2h (horário local), e o programa de quarta-feira provavelmente irá até mais tarde do que isso.

Dois confrontos marcados para as 18h - Bélgica x Austrália e Itália x EUA - nem tinham começado às 20h devido ao atraso de outros jogos do dia.

Cada confronto, disputado em uma das três quadras do complexo, consiste em duas partidas individuais seguidas por uma de duplas.

O jogo do Grupo E entre Reino Unido e Holanda começou às 11h, mas levou oito horas e 45 minutos para ser concluído. Andy Murray precisou de quase três horas para vencer Tallon Griekspoor antes de Dan Evans perder para Robin Haase, também em três sets.

Jamie Murray e Neal Skupski venceram Wesley Koolhof e Jean-Julien Rojer por 6-4 e 7-6 (6), mas somente depois de salvarem dois set points no segundo set. Caso contrário, os torcedores de Bélgica e Austrália esperariam ainda mais para ver suas equipes.

A vitória da Alemanha no Grupo C por 3 a 0 contra a Argentina na quadra 2 também atrasou - não foi ajudada pelas duplas Andreas Mies e Kevin Krawietz contra Leonardo Mayer e Maximo González, que disputaram três tiebreaks, o último com 38 pontos.

"É um dos dias mais longos que tive sentado na cadeira", disse o capitão britânico, Leon Smith. "Foi outro dia de drama incrível."

O formato reformulado da Copa Davis comprime uma competição que antes era disputada em jogos em casa e fora do Grupo Mundial em fevereiro, abril e setembro. Agora, é uma semana agitada em apenas um local neutro, com 18 países reunidos em Madri para 25 confrontos individuais em sete dias.

O espanhol Rafael Nadal expressou sua preocupação com as partidas ocorrendo tarde da noite na terça-feira, depois que as duplas começaram a jogar 28 minutos depois da meia-noite.

"Isso cria um grande problema para nós, para os jogadores e ao mesmo tempo para as pessoas que estão chegando ao estádio", disse ele.

O capitão australiano Lleyton Hewitt, um dos críticos mais ferozes da decisão da Federação Internacional de Tênis de reformular a competição, também estava preocupado com o impacto em seus jogadores, que também atuaram tarde da noite na terça-feira contra a Colômbia.

"Sem dúvida é um problema", disse ele. "Isso abala o padrão de sono, alimentação, os caras precisam receber tratamento após essas partidas e, muitas vezes, você também precisa se recuperar no dia seguinte", afirmou Hewitt.