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Jogador alemão que se assumiu gay não vê "tanta homofobia no futebol"

Hitzlsperger assumiu homossexualidade após encerrar a carreira - AP Photo/Joerg Sarbach
Hitzlsperger assumiu homossexualidade após encerrar a carreira Imagem: AP Photo/Joerg Sarbach

Da EFE, em Bilbao (Espanha)

28/03/2017 19h13

O ex-meia alemão Thomas Hitzlsperger, que assumiu sua homossexualidade após o fim da carreira, não acredita que "haja tanta homofobia no futebol" como se pode imaginar e disse que ele, após "sair do armário", trabalha na televisão e segue em contato com o mundo do esporte.

Segundo Hitzlsperger, para assumir a homossexualidade um jogador deve "ter uma personalidade muito forte" e "receber o apoio do grupo e proteção dos companheiros e do treinador".

O jogador, que defendeu a seleção alemã na Copa do Mundo de 2006 e na Eurocopa de 2008, opinou sobre a homofobia no futebol no encerramento do 'V Thinking Football Film Festival', uma mostra de cinema focada em refletir o papel do futebol na sociedade organizada anualmente pela Fundação Athletic Bilbao.

Neste ano, o festival promovido pelo clube basco exibiu 17 filmes, sendo 12 longas-metragens, em seis dias durante três semanas.

Hitzlsperger participou de um debate junto a Ben A. Williams e Duncan Kenworthy, diretor e produtor, respectivamente, do filme inglês "The pass", que narra a relação entre Jason e Ade, dois jogadores de um famoso clube de futebol londrino.

O ex-jogador alemão confessou que não é "inocente" e que não acha que "nos próximos seis anos muitos jogadores vão sair do armário", mas acredita que "quanto mais se falar disso, mais se escrever sobre isso e mais filmes forem feitos sobre isso, mais se vai avançando".

Hitzlsperger também disse não esperar que o fato de uma estrela se declarar homossexual acabe com a homofobia. Nesse sentido, o alemão considera que seria melhor se isso fosse feito por "cinco ou seis jogadores ao mesmo tempo".

Lembrando sua decisão, Hitzlsperger disse que não tornou sua orientação sexual pública até se aposentar porque "é um processo que leva anos" e porque queria contar a sua "família e amigos" para que o "protegessem".