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Tocha olímpica passa por campo de refugiados e Acrópole em Atenas

26/04/2016 16h33

Atenas, 26 abr (EFE).- A tocha olímpica passou nesta terça-feira pelo campo de refugiados de Eleonas, em Atenas - onde foi conduzida por um nadador sírio com deficiência asilado na Grécia -, e depois pela Acrópole.

Ibrahim al-Hussein, de 27 anos, que perdeu metade da perna direita durante um bombardeio na Síria, percorreu com a tocha o campo de refugiados de Eleonas, onde vivem 1.620 pessoas, principalmente procedentes do Afeganistão, cercado por uma multidão de refugiados, câmeras de televisão e jornalistas.

"É uma grande honra para mim, e a dedico a todo sírio e todo árabe que tenha passado por tantas situações difíceis", disse o nadador à imprensa local após concluir seu percurso.

"Minha mensagem para eles é que não fiquem nos campos de refugiados à toa, mas busquem seus sonhos", acrescentou.

Hussein, que vive na Grécia desde 2014, quando chegou ao país em uma balsa, começou a praticar natação por influência de seu pai desde jovem, até que teve que deixar o esporte devido ao começo da guerra na Síria, em 2011.

Agora, Hussein, com status de refugiado, é também membro da equipe de basquete em cadeira de rodas de Marussi, bairro do norte de Atenas, e treina natação três vezes por semana com uma ONG grega para atletas com deficiência.

Atualmente, ele nada os 50 metros livres em 28 segundos, três a menos que sua melhor marca pessoal antes do bombardeio que o atingiu.

Após passar por Eleonas, a tocha continuou foi levada ao centro de Atenas, passando pela praça Syntagma, em frente ao Parlamento, e de lá seguiu para a Acrópole, onde foi realizada uma cerimônia próxima ao Parthenon.

A tocha começou seu trajeto, após a cerimônia de acendimento em Olímpia, por várias regiões da Grécia, em um percurso que dura seis dias e que termina amanhã no estádio Panathinaikó, sede dos Jogos de Atenas de 1896.

Amanhã, a tocha viajará para Genebra, na Suíça, para uma cerimônia da Organização das Nações Unidas (ONU). Ainda no país, ela será levada no dia 30 ao Museu Olímpico, em Lausanne, onde fica a sede do Comitê Olímpico Internacional. De lá, seguirá para o Brasil, com desembarque previsto para o dia 3 de maio, em Brasília, dando início a uma peregrinação por mais de 300 cidades até chegar ao Rio de Janeiro para o início dos Jogos, em agosto.