Grupo de mulheres supera câncer e luto por São Silvestre cada vez mais rosa

Já se passava das 11h (de Brasília) — três horas após a largada do pelotão geral — quando o narrador anunciou que as Divas que Correm cruzavam a linha de chegada da São Silvestre 2023. O grupo, que está presente em 19 estados, pintou a Av. Paulista de rosa para exaltar o empoderamento e a auto-estima das mulheres.

O Divas que Correm nasceu há dez anos, com o propósito de unir mulheres em busca da sua melhor versão através do esporte. Bruna Coelho, líder nacional do Divas que Correm

Estávamos uniformizadas em prol de uma causa, que é o empoderamento feminino. O manto Divas que Correm já nos fortalece, é como se fosse uma armadura, um escudo para você se defender de qualquer mal que chegue perto de você. Érika Rocha, líder em São Paulo

Doenças, luto, medo e muita união

Grupo Divas que Correm na São Silvestre 2023
Grupo Divas que Correm na São Silvestre 2023 Imagem: Carolina Alberti/UOL

Eu sou cardíaca, tenho 50% do meu coração paralisado, tomo dez remédios por dia. [...] Muitas pessoas acabam me cobrando por não estar correndo. Hoje [na São Silvestre] eu vou largar com o pelotão, saio depois de 1km e fico esperando elas lá no 14km para gente poder terminar juntas. Você não vai me ver correndo, mas vai me ver em muitas provas segurando o meu megafone e torcendo de todo o meu coração. Bruna Coelho

Eu tive um câncer no endométrio, depois fiquei bem obesa, tive hérnias cervicais, com isso parei de andar por uns dias. Fiz uma cirurgia, não deu certo, e o médico pediu para que eu fizesse algo que melhorasse a minha auto-estima e aí eu comecei a correr. Tudo foi muito lento, mas eu já fiz duas maratonas e [hoje] a corrida é a minha vida. Ana Lucia, 35 anos e também líder do Divas que Correm

A corrida me transformou. Eu sempre tomava remédio para asma, usava bombinha. Tem 15 anos que eu corro, há dez eu não sei o que é tomar remédio. O meu remédio são elas. Ray Magalhães, 55 anos e embaixadora do Divas que Correm

Tem dois meses que eu perdi a minha mãe e o Divas que Correm foi primordial na minha vida. Sem elas eu não teria conseguido me levantar. Quando eu achei que a dor ia me sucumbir, o Divas Que Correm me ajudou a levantar. Hoje estou aqui para celebrar a vida e a lembrança da minha mãe. Érika Rocha

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Eu me sentia muito sozinha. Tinha depressão, e comecei a correr por isso e o Divas entrou na minha vida nesse momento. Eu comecei a me sentir mais forte, uma mulher de verdade. E aconteceu esse ano. Esse ano é de comemorar a força que a união das mulheres tem na vida de uma mulher. Gabriela Lellis, 39 anos, de Votorantim (MG) e integrante do Divas que Correm

Para elas, a corrida traz "liberdade", "um momento comigo mesma" e a sensação de que "a gente nunca está sozinha".

Por muito tempo eu vivi a maternidade, trabalho e esqueci de mim, e a corrida é o meu momento, a minha terapia. Ás vezes tenho insegurança de ir sozinha [correr], de não ter ninguém, me sentir deslocada, mas se tem uma Diva a gente nunca está sozinha. Michele, 35 anos, integrante do Divas que Correm

Esquenta com grito de guerra e dancinha na chegada

O UOL acompanhou a manhã do Divas que Correm na São Silvestre, e elas escolheram o MASP como ponto de encontro. Às 7h (de Brasília), as corredoras já trocaram abraços, brincavam e se organizavam para a foto oficial.

Elas foram tietadas por outros participantes e estenderam bandeiras do grupo pelo chão da Av. Paulista. Bruna, com o seu tradicional megafone, tentava organizar seu divertido pelotão.

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Pose para a foto, grito de guerra e preparação para a largada. Elas deixaram a concentração juntas rumo aos seus respectivos setores de largada.

A chegada foi com animação, dancinha e até anúncio do narrador. Os 15km e a ladeira da Av. Brigadeiro Luis Antônio não tiraram o fôlego das Divas, que aos poucos cruzaram a linha de chegada, com direito a coraçãozinho, dancinha e muito sorriso no rosto.

 Grupo Divas que Correm na São Silvestre 2023
Grupo Divas que Correm na São Silvestre 2023 Imagem: Carolina Alberti/UOL

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