'Meu futebol', diz B-Boy que viajou 1200 km de bike para evento de breaking

Imagina andar mais de 1.200 km de bicicleta para assistir a um evento do seu esporte favorito. Embora pareça loucura, foi o que Jeferson Leman, o B-boy Bugiu, fez para acompanhar uma competição de breaking.

Aventura em São Paulo

Natural de Santa Catarina, Jeferson competiu no torneio Undisputed Masters, no último sábado, que o UOL acompanhou. Junto de sua esposa e filho, ele contou que essa não foi a primeira vez que atravessou o país pelo breaking.

"Eu fui de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, até a Arena Caieiras, para o evento Circuito Arena 5.5 de bicicleta. Eu fiquei 64 dias fora de casa e minha mulher com meu filho me apoiando", contou o B-boy.

Ele conta que levou 15 dias para chegar a São Paulo, precisou pegar carona no meio do caminho, chegou a dormir na rua e trabalhou nos trens para arrecadar dinheiro. Quando descobriu que teria mais um evento de breaking na cidade, o Rival vs Rival, então, avisou a esposa e com o incentivo dela prorrogou sua estadia em terras paulistas.

"Em Santa Catarina tem eventos de breaking, mas não são dessa magnitude. Inspira demais", explica o atleta, que afirma que o breaking é o seu futebol.

De pai para filho

Nesse período que esteve fora, seu filho prometeu que não dançaria breaking até ele voltar para casa. Brahim — em homenagem ao B-boy francês — nasceu em 27 de março, dia do grafite, e enquanto o pai conversava com a reportagem, ele se apresentava no meio do público, mostrando que o hip-hop está no sangue.

"Ele está seguindo essa caminhada e não tem explicação. Eu vou incentivar o máximo que eu puder. Vou investir, assim como a gente veio pra cá, vou em outros eventos. E se eu puder, logo estou indo para fora do país levar ele", conta Jeferson.

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Projeto social

B-boy está começando um projeto de breaking para crianças em Itapema (SC), chamado "Escola do Break", com o propósito de valorizar o artista e ativar as crianças. Além de mostrar que antes de ser um esporte, o breaking é cultural.

"Primeiro tem de aprender aquela base, aquela raiz da cultura para depois evoluir para Olimpíadas", explica.

O projeto iniciou há sete meses e, por enquanto, realiza treinos e batalhas, mas Jeferson está estruturando o programa para apresentar à prefeitura e conseguir apoio para atender mais pessoas. A ideia é que quando o projeto estiver mais estruturado, B-boys de várias regiões do país vão poder conversar com as crianças relatando sua vivência dentro da cultura.

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