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Djoko ganhou isenção por positivar para a covid em dezembro, diz defesa

Novak Djokovic no Australian Open de 2020 - Getty Images
Novak Djokovic no Australian Open de 2020 Imagem: Getty Images

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/01/2022 09h42

A participação de Novak Djokovic no Aberto da Austrália segue gerando muita polêmica. Agora, os advogados do atleta alegam que a isenção médica que foi dada a Djoko foi por ele ter testado positivo para a covid-19 em dezembro.

O tenista teve sua entrada na Austrália negada após ter inicialmente recebido uma isenção médica para poder disputar o torneio mesmo sem provar se está vacinado contra o coronavírus.

"A data do primeiro teste de PCR positivo para covid-19 (de Djokovic) foi registrada em 16 de dezembro de 2021", diz o comunicado revelado pela mídia australiana.

No documento enviado ao tribunal australiano, os advogados do tenista ressaltam que "naquela época já haviam se passado 14 dias desde o teste de PCR positivo e que o atleta não apresentava febre ou sintomas respiratórios de covid-19" nas 72 horas anteriores.

Além disso, também mencionam que Djokovic recebeu a autorização para ingressar na Austrália do órgão regulador da modalidade no país, a Tennis Australia.

"O Sr. Djokovic recebeu, em 30 de dezembro de 2021, uma carta do diretor médico da Tennis Australia registrando que ele havia recebido uma 'isenção médica de vacinação cobiçada' porque havia se recuperado recentemente da covid-19", reforçam.

Os representantes do atleta também alegam que as autoridades fronteiriças da Austrália detiveram Novak por oito horas no aeroporto de Melbourne, onde passou a maior parte do tempo incomunicável, antes de ter seu visto cancelado e enviá-lo para um centro de detenção.

Entenda o caso

A entrada de Djokovic na Austrália tem sido motivo de debate há semanas, já que o sérvio se recusa a comprovar se foi vacinado contra o coronavírus. Várias autoridades locais passaram os últimos dias reiterando que o tenista só entraria no país se apresentasse o esquema vacinal.

No entanto, ontem, o Australian Open concedeu a Djokovic uma exceção médica para jogar mesmo sem comprovar sua vacinação. A decisão de deixar o sérvio entrar no país teria sido tomada em conjunto com um órgão do Ministério da Saúde australiano. Apesar disso, quando desembarcou no Aeroporto Tullamarine na madrugada de hoje (horário local), foi barrado pelo serviço federal da alfândega.

Com isso, foram mais de sete horas de indefinição sobre a entrada ou não do tenista na Austrália, e o visto de Djokovic foi negado.

O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, usou suas redes sociais para comentar sobre o cancelamento do visto do tenista. "O visto de Djokovic foi cancelado. Regras são regras, especialmente quando se trata de nossas fronteiras. Ninguém está acima dessas regras. Nossas fortes políticas de fronteira têm sido fundamentais para que a Austrália tenha uma das taxas de mortalidade mais baixas do mundo devido à COVID. Continuamos vigilantes", escreveu.

Na última sexta-feira, 07, o governo da Austrália desmentiu que Djokovic esteja "preso" ou sendo "mantido em cativeiro" no hotel, como alegaram os pais do atleta. A ministra do Interior australiana, Karen Andrews, disse que Djokovic é livre para deixar a Austrália na hora que quiser.

Vale citar que Djokovic já criticou publicamente a vacinação obrigatória contra a covid-19 e desde o começo da pandemia tem se mostrado cético sobre os riscos da doença.

É importante mencionar que a vacina contra a covid-19, como é consenso entre especialistas, tem sido o principal fator na diminuição de mortes pela doença no mundo inteiro. Mais de 5,4 milhões de pessoas foram vítimas do novo coronavírus desde o início da pandemia, sendo mais de 600 mil no Brasil.