Jornalista demitida nega racismo e diz que se desculpou com reforço do Real
Do UOL, em São Paulo
27/10/2021 04h00
A jornalista espanhola Lorena González negou racismo no comentário feito sobre Eduardo Camavinga, jogador do Real Madrid. Ela foi demitida da emissora TVE após o episódio.
Em publicação nas redes sociais, González pediu desculpas por ter dito que Camavinga "é mais preto do que o terno", mas disse que a fala não era racista. Na ocasião, o jogador usava uma roupa preta.
"Fiz um comentário pelo qual gostaria de pedir desculpas sinceras a todos os que possam ter ficado ofendidos", começou. "O referido comentário carece de malícia ou desprezo para com o atleta (...) Não sou uma pessoa racista, como estão me acusando", acrescentou.
A polêmica teve início no dia 8 de setembro, quando Eduardo Camavinga foi apresentado pelo Real Madrid. Lorena não sabia que o microfone estava aberto e comparou o terno preto usado pelo atleta com a cor de sua pele. Após as críticas, a jornalista disse que "era uma comparação que poderia ter sido feita com uma pessoa de qualquer cor".
"Quem me conhece sabe que procuro sempre realizar o meu trabalho com o maior profissionalismo e respeito. Eu não poderia estar mais longe do racismo, homofobia e qualquer pensamento ou comportamento intolerante (...) Condeno qualquer expressão ou ato racista", disse.
Jornalista se desculpou com atleta
À Rádio Marca, Lorena González disse que chegou a conversar com Camavinga sobre o episódio. Segundo ela, o jogador não ficou ofendido com a fala.
"Fiz um comentário absurdo porque jornalisticamente não contribui em nada, por isso foi supostamente feito com o microfone fechado. Não é um comentário depreciativo ou pejorativo. Não estou depreciando o jogador, não estou comparando a cor da sua pele com qualquer coisa depreciativa ou feia", declarou.
"Falei pessoalmente com Camavinga, e em nenhum momento ele se ofendeu. Pratico esta profissão há 11 anos e procuro exercê-la com o maior respeito. É um deslize, mas não é como tentar acabar com a carreira de ninguém", finalizou.